A Kodak e a revanche

Por Ronaldo Mota, Chanceler da Estácio


Por Ronaldo Mota, Chanceler da Estácio

08/02/2018 às 08h21

É comum ouvir dizer que a tecnologia matou a empresa Kodak. Citam que, ao final do século XX, ela dispunha de quase 200 mil funcionários e detinha em torno de 85% da então próspera indústria de papel para fotografia. O surgimento da fotografia digital, de fato, levou a empresa às portas da falência. Menos de duas décadas depois, a quase falecida surge das cinzas, tal qual fênix, ancorada agora no que existe de mais atual em tecnologia contemporânea: o blockchain.

Este é mais um exemplo de que enfrentar os problemas decorrentes do uso intensivo de tecnologias inovadoras implica, na maior parte das vezes, utilizar as próprias como parte da solução. No mundo educacional é o mesmo. Os educandos são em número sem precedentes, e a tentativa de conhecê-los individualmente pode parecer uma ilusão. No entanto, as tecnologias digitais permitem dizer exatamente o contrário: “Quanto maior o número de envolvidos, melhor para identificá-los individualmente”. Ferramentas como Learning Analytics (Analítica da Aprendizagem, em português) e Edugenômica são exemplos de como criar trilhas educacionais personalizadas com qualidade, precisão e racionalidade.

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Estamos nos inserindo em uma sociedade em que a informação estará totalmente acessível, instantaneamente disponibilizada e basicamente gratuita. As transformações que vivenciamos são preliminares de algo muito mais radical e cada vez mais surpreendente. O que sabemos é que se trata de caminho sem retorno, em que, a cada nova etapa, novos horizontes se descortinam. Como nos mostrou a Kodak, é do próprio veneno que se produz o antídoto, o qual revigora e dá vida aos que aparentemente foram dele vítimas circunstanciais.

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