Cade aprova compra da Votorantim pela ArcelorMittal com restrições

Presidente da empresa de aço considera que restrições impostas pelo conselho foram duras


Por Agência Estado

07/02/2018 às 16h51- Atualizada 07/02/2018 às 16h56

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou nesta quarta-feira (7), com restrições, a compra da Votorantim Siderúrgica pela ArcelorMittal. Dois conselheiros chegaram a votar pela reprovação da operação, mas foram vencidos pela maioria, que seguiu o voto da relatora Polyanna Vilanova.

Nos últimos meses, Polyanna negociou com as empresas um acordo que prevê a venda de dois pacotes de ativos para duas empresas diferentes, que corresponderão a 1/3 do que foi comprado pela ArcelorMittal. “O acordo tem aptidão para minorar significativamente os riscos concorrenciais”, afirmou. “A proposta de acordo contempla todas as preocupações levantadas nas análises.”

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Como antecipado pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, o acordo prevê a venda de um pacote de ativos produtivos nos mercados de aços longos, comuns e perfilados a um comprador, e outro pacote de produção de trefilados e fio máquina para um segundo comprador. As vendas incluem unidades hoje da ArcelorMittal em Cariacica (ES), Itaúna (MG) e outras duas unidades em local não divulgado.

Além da relatora, votaram pela aprovação do acordo os conselheiros Maurício Maia e Paulo Burnier e o presidente Alexandre Barreto. Os conselheiros João Paulo Resende e Cristiane Alkmin votaram pela reprovação da operação.

Líder do mercado de aços longos

O presidente da ArcelorMittal Aços Longos para a América do Sul, Jefferson De Paula, avaliou que as restrições impostas pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para aprovar a compra da Votorantim Siderúrgica foram duras, mas a operação ainda gerará muito valor para o grupo. “Estamos muito satisfeitos com o resultado, a aquisição da Votorantim é muito importante para a ArcelorMittal e permitirá muitas sinergias e melhorias operacionais. Vamos nos tornar o líder do mercado de aços longos no Brasil”, afirmou.

O Cade aprovou por maioria o negócio, condicionado à assinatura de um acordo que prevê a venda de dois pacotes de ativos. Como já adiantado pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, foram incluídos nove mercados em que o conselho identificou que a fusão geraria concentração muito alta. Um primeiro pacote prevê a venda de ativos para a produção de vergalhões, telas eletrosoldadas, perfis leves, perfis médios, arames recozidos, barra MBQ e CA-60. Um segundo pacote contemplará treliças e fio-máquina.

Os pacotes terão que ser vendidos a compradores diferentes. Segundo o Broadcast apurou, uma das empresas interessadas é a mexicana Simec. As vendas incluem unidades hoje da ArcelorMittal em Cariacica (ES), Itaúna (MG) e outras duas em local não divulgado.

Além da relatora, votaram pela aprovação do acordo os conselheiros Maurício Maia e Paulo Burnier e o presidente Alexandre Barreto. Os conselheiros João Paulo Resende e Cristiane Alkmin votaram pela reprovação da operação.

Para o advogado da ArcelorMittal, Ademir Pereira Júnior, da Advocacia Del Chiaro, apesar de dois conselheiros terem votado contra a operação, os remédios construídos no acordo dão segurança de que a concorrência não será prejudicada.

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