Celular de advogado executado é localizado pela Polícia Civil

Corpo de Carlos de Oliveira Barros, entretanto, ainda não foi encontrado; telefone teria sido vendido a um terceiro


Por Marcos Araújo

19/01/2018 às 15h08- Atualizada 19/01/2018 às 21h39

(Foto: Olavo Prazeres)

O celular do advogado e sargento reformado da Polícia Militar, Carlos de Oliveira Barros, de 75 anos, executado ao cobrar uma dívida de honorários advocatícios e cujo corpo ainda está sendo procurado pelo Corpo de Bombeiros, foi localizado pela Polícia Civil. De acordo com o delegado responsável pela investigação, Luciano Vidal, após buscas realizadas pelos policiais, na noite desta quinta-feira (18), o aparelho foi encontrado com um morador da Zona Norte. Para a investigação, o aparelho é importante, porque serve para comprovar, até o momento, a materialidade indireta do crime, já que o corpo ainda não foi achado.

“A materialidade do homicídio em regra geral é o corpo. Quando não temos essa materialidade, temos que demonstrar indiretamente que aquela pessoa não está mais viva. O sapato do advogado, por exemplo, encontrado na beira do rio, faz supor que ele foi jogado no Paraibuna. O celular foi pego pelos autores e vendido, e isso demonstra que a história está coincidindo”, explica Vidal, acrescentando que a pessoa que estava com o celular foi ouvida e apontou que um dos suspeitos foi quem vendeu o aparelho. “Isso faz um nexo entre o encontro do aparelho e a prática do crime.” A investigação apontou que os autores do assassinato, antes de jogarem o corpo da vítima no Rio Paraibuna, pegaram o celular que havia caído no chão. “O telefone foi vendido para fazer dinheiro no valor de R$ 100”, apontou Vidal.

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Sem cadáver

O delegado ressalta que, se o corpo não for encontrado, há a situação que costuma ser chamada de homicídio sem cadáver. “Há casos assim no Brasil, como o de Eliza Samudio, cujo corpo não foi achado, mas indiretamente foi demonstrado que ela foi morta. É o que estamos fazendo nesse caso, até encontrar o corpo, demonstrando, de forma indireta, que o crime aconteceu. O sapato, a roupa de um dos criminosos que foi queimada para esconder o sangue e o celular da vítima têm essa finalidade”, reiterou o policial.

Também na noite da quinta, foi realizado pela perícia da Polícia Civil o exame de luminescência, no imóvel da Estrada da Remonta, onde Carlos de Oliveira Barros foi executado. “Fizemos o teste para detectar vestígios de sangue através do reagente químico. Foi colhido o material e será levado para laboratório a fim de identificar material genético da vítima”, adiantou o delegado.

Buscas

Nesta sexta-feira (19), o Corpo de Bombeiros retomou as buscas pelo corpo do advogado. Segundo a Polícia Civil, ele foi executado com golpes de pedra, tijolo e machado e teve seu corpo jogado no Paraibuna, na altura do Bairro Parque das Torres, Zona Norte. De acordo com a assessoria de imprensa dos Bombeiros, foi cogitada a solicitação à Cesama para abertura das comportas da barragem da Represa de Chapéu d´Uvas.

Como o leito do rio está baixo, impossibilitando a navegação do barco, a medida iria contribuir com as buscas. Todavia, o pedido não foi realizado. As buscas no rio começaram na última quarta-feira, quando o caso, que era tratado como desaparecimento, ganhou contornos de crime de homicídio, inclusive com a confissão por parte dos suspeitos, que já foram presos. Os militares do Corpo de Bombeiros fizeram varreduras na região Norte e central da cidade. Nesta sexta, as buscas recomeçaram em direção ao Bairro Marmelos, na Zona Sudeste, mas, até o fechamento desta edição, o corpo não havia sido localizado.

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