Novo Duster, que chega ao Brasil em 2019, mantém visual robusto

Modelo traz mudanças visuais tanto internas quanto externas, mas sempre mantendo o mesmo estilo da primeira geração


Por Alessio Sanavio e Márcio Maio/Infomotori.com/Auto Press

21/01/2018 às 07h00

 

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Apresentado oficialmente no último Salão de Frankfurt, em setembro do ano passado, o novo Dacia Duster não chega a se distanciar muito do modelo atualmente vendido no Brasil pela Renault, no que diz respeito ao visual. Esta foi uma escolha precisa dos designers franceses que, em função do sucesso do carro, preferiram não arriscar com revoluções radicais em seu desenho. Lançado como Dacia – subsidiária romena da fabricante francesa -, ele traz mudanças visuais tanto internas quanto externas, mas sempre mantendo o mesmo estilo da primeira geração. Alguns componentes mecânicos também são completamente novos. Já detalhes como peso, desempenho e motores se mantiveram. O modelo já está no mercado da Europa e deve começar a vender no Brasil com a marca Renault no ano que vem.

As mudanças estéticas deixaram o SUV compacto um pouco mais moderno e atraente. A frente foi totalmente redesenhada. Os para-lamas dianteiros acompanham o limite do capô, que passa a ter uma leve depressão na parte central. O contorno da roda está mais ressaltado e o para-choque ficou mais entalhado. Já os conjuntos óticos permaneceram com o mesmo formato externo, mas foram retrabalhados internamente e ganharam assinatura em led. Na parte inferior, a proteção do para-choque em prata acetinado ficou maior, destacando a predisposição aventureira do utilitário esportivo romeno. O perfil se destaca por uma linha de cintura que se eleva na direção da traseira. A moldura da roda traseira também ficou mais ressaltada.

Um aplique em plástico preto com repetidor de seta e tomada de ar foi instalado na parte posterior da caixa de roda dianteira. Na traseira há uma alteração ainda mais significativa: as lanternas quadrangulares lembram as do Jeep Renegade, mas em vez de um “X”, há uma cruz. O trabalho de reestilização, atribuído ao conhecido designer da Renault, o holandês Laurens van den Acker, fez o Duster ganhar ares de carro francês.

Foi no interior que os elementos foram mais mexidos. O sistema multimídia está mais alto em comparação ao antecessor. Há ar-condicionado digital, chave presencial do tipo cartão – que já é utilizada por aqui no Captur _ e três saídas de ar redondas no console central, além de uma em cada extremidade – mas o novo Renault Duster vendido no Brasil terá apenas duas saídas centrais, e em formato retangular, com moldura cromada. Há também um visor digital vertical entre o conta-giros e o velocímetro analógico.

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O novo Dacia Duster está mais tecnológico. Itens impensáveis na versão anterior passam a fazer parte do pacote, como câmera 360° e alerta de ponto cego. Controles eletrônicos de estabilidade e tração e os airbags do tipo cortina e laterais dianteiros são de série. O antiquado comando satélite de som segue na coluna de direção, que passa a ter ajuste também de profundidade – até então, era apenas de altura.

No que diz respeito à motorização, não há evoluções. Na Itália, o novo Dacia Duster é oferecido com propulsores diesel e a gasolina. O primeiro é o 1.5 litro clássico da Renault e pode ter 90 ou 110 cv, dependendo da pressão do turbo. Já o motor a gasolina é o mesmo que anima o modelo no Brasil: o 1.6 SCe. A diferença é que por lá ele pode ter tração dianteira ou integral e rende 115 cv. Aqui, este propulsor é flex – rende 118 cv com gasolina e 120 cv com etanol -, sempre com tração dianteira e poderá ter câmbio manual de cinco marchas ou automático tipo CVT.

Na Itália, o Dacia Duster tem quatro versões: Access, Essential, Comfort e Prestige, sendo a de entrada ofertada apenas com motor a gasolina. Na Itália, onde a avaliação foi realizada, os preços sem opcionais partem de 11.900 euros, cerca de R$ 45 mil, na variante Access, e vão até 19.300 euros, ou R$ 73.500, na Prestige 4X4.

Primeiras impressões

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O conforto e a ergonomia melhoraram bastante no novo Duster. Os assentos, por exemplo, parecem manter um compromisso maior com a qualidade dos materiais utilizados e recebem melhor seus ocupantes. Na cabine, os plásticos rígidos ainda predominam, mas é preciso lembrar que se trata de um modelo Dacia, o que implica em uma aposta diretamente focada na relação custo/benefício do carro. E é o que de fato se vê: uma mistura equilibrada e honesta.

É difícil identificar qualquer traço desagradável no SUV compacto, principalmente quando se analisa seu valor de entrada. No entanto, a ausência de compatibilidade com Android Auto ou Apple CarPlay decepciona. Ainda mais porque hoje em dia essa é uma tecnologia presente em modelos até mais simples. Um consumidor mais ligado em conectividade certamente sentirá falta do recurso. De resto, o carro parece robusto e bem construído.

Há uma versatilidade interessante, já que o Duster se move de uma área urbana para outra rodoviária e, finalmente, chega a um caminho off-road sem sinais de dificuldade. Outro ponto a favor é o bom porta-malas, de 478 litros, mas que chega a 1.623 litros com os assentos rebatidos. O motor a gasolina, de 115 cv, sofre um pouco com a falta de sobrealimentação.

De qualquer forma, o relacionamento do carro com o asfalto melhorou e o novo Duster parece mais estável e também mais fácil nas manobras. Talvez em função da direção elétrica, que transforma a experiência de condução em relação ao passado. As rolagens de carroceria aparecem, especialmente nas curvas mais agressivas, mas a impressão geral é de que estão mais sutis e de que o modelo evoluiu no quesito segurança.

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