Escolas Cervejeiras | Alemanha (parte 1)


Por Alexandre Vaz

29/12/2017 às 07h51

Fala, Canequeiros!

Como prometido, estamos aqui mais uma vez para falar sobre as escolas cervejeiras. Então pega o lápis e o caderno e anota aí: hoje a aula é sobre o país cervejeiro mais famoso do mundo! Ainda não sabe é? Então vai uma dica. Juiz de Fora recebeu muitos colonos desse país para a construção da Estrada União e Indústria no século XIX e foram eles que começaram a tradição cervejeira na cidade. É isso mesmo! Nós estamos falando de nada menos que a escola cervejeira alemã, que é tão interessante e saborosa que não vai ficar em um post só. Como um filme de destaque de uma boa saga, vamos ter parte 1 e parte 2 de cerveja alemã aqui no blog.

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Vamos começar nos localizando no globo. A escola alemã foi desenvolvida nas regiões em que atualmente estão a República Tcheca, a Áustria e a própria Alemanha. Essa informação é importante pra gente entender como os diferentes estilos de cerveja dessa escola foram desenvolvidos. Já já você vai entender o porquê.

Depois de passar pela geografia, vamos falar de história. Desde antes o nascimento de Cristo (o famoso a.C, vamos contar o tempo assim pois a Igreja Católica entra nessa história também) as tribos germânicas já eram chegadas numa cerveja. Juntos aos celtas, na era cristã (aí Cristo já tinha nascido) os germânicos se tornaram os maiores fabricantes e consumidores de cerveja da Europa. O mérito da criação da cerveja nessa parte do mundo é das mulheres, eram elas que misturavam grãos à água quente para fazer a bebida que complementava a refeição das pessoas naquela época – a nossa amada cerveja. No século XI, a produção de cerveja saiu do ambiente doméstico e ganhou espaço entre monges, freiras, artesãos e mercadores na região germânica.

A partir daí, a Alemanha não parou mais. Nessa rica história, podemos destacar dois momentos importantes. Primeiro em 1513, quando o Duque Guilherme IV da Baviera promulgou a conhecida Reinheitsgebot . Nome difícil? Pode chamar de Lei da Pureza Alemã. Essa lei determinava que a cerveja só podia ser feita de água, malte e lúpulo. A levedura só chegou no século XIX, quando foi descoberta pelo químico Louis Pasteur. A exclusividade do lúpulo em relação a outros temperos foi por motivações econômicas. Naquela época, apenas os mosteiros tinham a receita de outros temperos, e como a Igreja não pagava impostos, usar estes outros ingredientes não era lucro para o governo. Então os poderosos da região germânica estabeleceram que apenas o lúpulo poderia ser utilizado. Essa lei teve muito impacto na história de produção de cervejas e deixa reflexos até os dias de hoje.

O outro momento importante foi em 1842, quando o cervejeiro Josef Groll criou a cerveja que hoje é a mais popular no Ocidente, a famosa Pilsen. Esse fenômeno pop foi feito na antiga região da Boêmia, que hoje é a República Tcheca (importante entender geografia, hein?), especificamente na cidade de Pilsen, daí o nome. A Pilsen caiu no gosto popular, mas há muitas outras cervejas alemãs queridinhas. Já quer saber quais são? Você vai conhecer mais sobre a Pilsen e outros estilos no segundo post sobre Escola Cervejeira Alemã, aqui no Descobrindo Cervejas, comigo!

Enquanto esse post não chega, você não precisa passar vontade. Aproveite o Natal para tomar aquela breja gelada com pessoas queridas e continue me acompanhando por aqui!

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E lembre-se: aprecie com moderação, se beber não dirija e se ficar bêbado não caia na mesa de frutas do Réveillon.

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