A reportagem que foi a minha cara

Zine pra quê? Sobre fetiches, feiras gráficas e história das produções


Por Carime Elmor

31/12/2017 às 07h00

A repórter Carime Elmor (Foto: Fernando Priamo)

Fazia três meses que eu estava no jornal quando publiquei esta reportagem e menos de seis meses da minha graduação. Ela não é emocionante em sentido comovente, não causa transformação social – não agora, com a internet e meios mais eficazes de se fazer “revolução”. Inclusive esse é um dos temas que atravessa a análise deste trabalho. Foi-me passada a ideia de escrever sobre pessoas que, na contemporaneidade das telas e touchs, quiçá realidade virtual, continuam sendo amantes do papel. A partir deste ponto, fui pensando em mim, até lembrar dos zines que gosto de colecionar e fazer. Em uma pesquisa não muito demorada se compararmos com o número de produções que aqui existiam nas décadas de 1980, 1990 e que foram se reinventando em linguagem e propósito com o passar das décadas, escrevi “A linguagem do papel xerox na era pós-internet”.

A apuração me fez conhecer, pessoalmente, figuras de Juiz de Fora que, nos auges das publicações impressas alternativas, criavam folhetins, zines e espalhavam pela UFJF sobre assuntos políticos, culturais, contra-culturais, com críticas ácidas e explícitas. Um movimento underground para a época, hoje foi para o jornal já com outro viés.

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Esta reportagem vai ficar na memória para mim, por ter sido uma história que resgatei, estudei e entrevistei os atuais e, principalmente, consegui imprimir uma linguagem e estilo que busco explorar em meus textos.

Depois de publicada, entendi o quanto foi legal para os personagens, e outras pessoas que colaboraram nos zines, ver esse recorte sendo contado. Foi também quando recebi muitas críticas de outros zines que não apareceram neste trabalho, mesmo que tivessem a mesma relevância. Foi importante eu lidar cara a cara com isso, bem no início, e entender que, na profissão de jornalismo, principalmente diário, nós não vamos conseguir falar de tudo, sempre há uma seleção, seja pelo tempo que temos para produzir ou por uma curadoria, escolha pessoal.

Leia a reportagem clicando na imagem abaixo:

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