Seis dicas para se tornar um empresário em meio à crise

O empreendedorismo por necessidade vem crescendo no Brasil. Dados mostram que, nos últimos anos, 11 milhões de empresas foram criadas no país por pessoas que precisavam de trabalho


Por Patricia Castro Martins, analista do Sebrae Minas

09/01/2018 às 08h00

Nos últimos anos, o Brasil tem passado por uma crise financeira, com reflexos na redução do consumo por parte da população. O contexto, assim, faz com que muitas empresas, principalmente as de maior porte, diminuam, drasticamente, o seu número de funcionários.

Os inúmeros desempregados têm enfrentado dificuldade para retornar ao mercado de trabalho, devido à escassez de vagas. Se as empresas não vendem, também não contratam. Mas esses profissionais ainda precisam sustentar suas famílias e, para isso, necessitam trabalhar.

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Por esse motivo, o empreendedorismo por necessidade vem crescendo no país. Dados do Sebrae mostram que, nos últimos anos, 11 milhões de empresas foram criadas no país por pessoas que precisavam de trabalho. O estudo revela que o percentual de novas empresas (com até 3,5 anos) criadas por necessidade saltou de 29%, em 2014, para 43%, em 2015, e se manteve praticamente estável em 2016. Os números contemplam negócios registrados e empreendedores informais.

De acordo com o levantamento, havia cerca de 48,2 milhões de empreendedores no país em 2016, dos quais 26,2 milhões tinham começado a empreitada há menos de 3,5 anos. A grande maioria das novas empresas é formada por Microempreendedores Individuais (MEIs), ou seja, pessoas que trabalham por conta própria e se formalizaram. Muitos usaram o dinheiro do acerto da demissão para investir no próprio negócio.

A representatividade do MEI no mercado cresceu junto com o desemprego. Das 955,3 mil empresas abertas entre janeiro e maio deste ano, 79,2% eram MEIs, segundo dados da Serasa. Em 2013, essa parcela ficava em torno de 42%.

A maioria dos MEIs fornece serviços que requerem baixo investimento inicial, não demandam ponto comercial e dependem apenas da mão de obra do empreendedor. Se o seu desejo é se tornar um microempreendedor, veja algumas dicas para traçar o seu caminho:

  1. O que abrir? Comece pensando nas suas necessidades não atendidas. As empresas de sucesso, muitas vezes, começaram assim.
  2. Na crise, as pessoas cortam o supérfluo, então, o modelo de negócios em que os itens são essenciais possivelmente terá mais retorno.
  3. Planeje-se, analisando a demanda pelo produto a ser ofertado. Faça uma pesquisa de mercado, elabore um plano de negócios e analise a viabilidade do empreendimento, não se esquecendo de considerar, também, a disponibilidade de recursos.
  4. Inovação é essencial para conseguir aproveitar as oportunidades, mesmo em tempos difíceis. Use a criatividade!
  5. Arrisque de maneira calculada, mas arrisque! Todos os empreendedores que se destacam com certeza se arriscaram.
  6. Capacite-se, pois isso faz toda a diferença entre sucesso e fracasso, especialmente se você tem pouca ou nenhuma experiência em negócios. Ser funcionário é uma coisa, ser dono é totalmente diferente.

Lembre-se: tanto a oportunidade quanto a crise são temporárias! É preciso combinar as ambições do que se pode fazer na crise com o que vai fazer a sua empresa ser sustentável, lá na frente!

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