Greve dos servidores estaduais da saúde afeta serviços em Juiz de Fora
Algumas unidades funcionam com mínimo de 30% do serviço. No Hemominas, coleta de sangue chegou a demorar duas horas e meia para ser feita
Atualizada às 17h27
Os serviços nas unidades estaduais de saúde em Juiz de Fora começaram a apresentar, nesta quarta-feira (20), reflexos do movimento grevista convocado pelo Sindicato Único dos Trabalhadores de Saúde de Minas Gerais (SindSaúde/MG), por conta da indefinição sobre o pagamento do 13º salário. No Hemominas, por exemplo, o serviço de coleta de sangue estava lento pela manhã, demorando cerca de duas horas e meia para ser concluído.
A dona de casa Joelma Maria da Silva, 35 anos, saiu da cidade de Santos Dumont para realizar a doação. Ao chegar na unidade, foi surpreendida pelo movimento. “Das outras vezes que doei o processo não durou mais do que uma hora. Mas eu compreendo a causa deles. Sou favorável ao movimento”, destacou. O serralheiro Jean Wallace, 24, também precisou aguardar o mesmo tempo para concluir sua doação. “Cheguei a pensar em desistir, mas acabei ficando. Acabou que não me atrasou tanto”.
Segundo o SindSaúde/MG, o Hemominas está operando com o efetivo reduzido em 30%, o que tem tornado o atendimento lento. “É importante ressaltar que a população continuará a ser atendida, mesmo depois do preenchimento das 40 senhas. Chegamos a esse número pois entendemos que é uma quantidade mínima para não haver sobrecarga no serviço. Não vamos impedir nenhum doador de doar”, explicou o diretor estadual do SindSaúde/MG de Juiz de Fora, Fabiano Ponciano.
O diretor ainda reiterou que o Hemominas é o único órgão a fazer a captação de sangue na cidade e também por encaminhar as bolsas para os hospitais que realizam cirurgias de transplante de órgãos. “Casos de urgência e emergência serão atendidos”.
Outras unidades
No Hospital João Penido e no Palácio da Saúde, o efetivo também foi reduzido. “O João Penido está trabalhando com 30%, mas em setores como CTI, centro cirúrgico e neonatal, o serviço opera com 50%. Os atendimentos e internações serão diminuídos, e cirurgias eletivas marcadas serão suspensas”, destacou a também diretora do sindicato, Lenir Romani. No Palácio da Saúde, o setor administrativo opera com 50%, o que corresponde a funcionários terceirizados.
Lenir destaca que, enquanto o Governo do Estado não concretizar tudo aquilo que teria prometido, a categoria segue em greve. “É um completo descaso o que esta gestão está fazendo com os servidores da saúde. O ano inteiro recebemos os salários parcelados e agora não temos certeza de quando o 13° será pago. Pedimos a compreensão da população a respeito deste momento. Não queremos, de forma alguma, comprometer o acesso aos serviços. Lembrando que nós, servidores, também somos usuários desses serviços”, comentou.
Até a manhã desta quarta, o sindicato informou que não houve nada de oficial, apenas um informe dizendo que o Governo irá se reunir com todos os sindicatos nesta quinta (21) para definir o calendário de pagamento. Por enquanto, a paralisação segue sem alteração.