Guia de Profissões: tudo que você precisa saber sobre medicina

Saiba tudo sobre a carreira de medicina: o curso, as áreas de atuação, salário inicial e o que você precisa para ingressar na carreira.


Por Louise Vianello

18/12/2017 às 17h52

Apesar de ser considerada uma das dez profissões mais estressantes, medicina ainda continua sendo um dos cursos mais concorridos em vestibulares e a graduação mais longa do país, atraindo grande parte dos estudantes do ensino médio. E a profissão é considerada um das mais importantes para a sociedade, já que está diretamente ligada à saúde e à vida.

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Ela trabalha em um sentido amplo, com a prevenção e cura das doenças humanas envolvendo ações de saúde pública e ambiental, promoção, prevenção, controle, erradicação e tratamento de doenças, traumatismos ou qualquer outro agravo à integridade e bem-estar.

O Curso

O curso é considerado puxado, com período integral e presença de seminários, pesquisas e plantões em hospitais. Nos dois primeiros anos, o aluno tem matérias básicas, como anatomia, bioquímica, fisiologia e patologia. Boa parte das instituições de ensino oferece disciplinas práticas já no início do curso. Mas lidar com pacientes só a partir do terceiro ano, nas disciplinas profissionalizantes e no treinamento em atendimento.

Nos últimos dois anos, os alunos passam pelo internato, considerado o estágio do curso de Medicina, com aulas práticas nas grandes áreas médicas (clínica médica e cirúrgica, pediatria, ginecologia e obstetrícia e atenção primária à saúde). Os alunos vivenciam atendimento nas UBSs, ambulatórios, hospitais, centros cirúrgicos, prontos-socorros e UTIs. Depois de formado, os dois anos de residência médica são para quem quiser obter uma especialização.

Duração média

A duração média do curso é de 6 anos.

O Profissional
O médico investiga a natureza e as causas das doenças humanas, procurando sua cura e prevenção. Ele pesquisa, previne e trata disfunções. Para isso, é imprescindível que ele esteja sempre bem informado e atualizado a respeito de novas drogas, técnicas e tecnologias.

Desde 2014, estão em vigor as novas diretrizes curriculares nacionais dos cursos de Medicina. Entre as principais mudanças está o estágio obrigatório no Sistema Único de Saúde (SUS), na atenção básica e no serviço de urgência e emergência, com duração mínima de dois anos, com 30% da carga horária cumprida no SUS. A resolução determina, ainda, que os estudantes devem ser avaliados, por meio da Avaliação Nacional Seriada dos Estudantes de Medicina (Anasem), a cada dois anos (no segundo, quarto e sexto anos).

A carreira
Em sua atividade diária cabe ao médico também:
– realizar diagnósticos
– solicitar exames
– prescrever doses e períodos de uso dos medicamentos
– atuar em programas de esclarecimento e prevenção de doenças
– prescrever regimes alimentares
– realizar cirurgias

Sua atuação depende também da sua área de especialização. Caso queira se especializar em alguma área, o médico formado deverá ainda fazer uma residência médica ou especialização reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina. A residência médica dura pelo menos dois anos.

Exigências para exercício da profissão

 

Diploma de conclusão de curso de bacharelado em Medicina

Habilitação legal – Registro Profissional no Conselho Regional de Medicina

Residência Médica para obter título de especialista dos Conselhos Regionais de Medicina.

As áreas

Diagnosticar e tratar doenças nas seguintes especialidades:

Acupuntura Aplicação de agulhas.

Alergia e imunologia Mecanismos de defesa do organismo.

Anestesiologia Aplicação de anestésicos.

Angiologia e cirurgia vascular Artérias e veias.

Cancerologia Câncer.

Cardiologia Coração.

Cirurgia (cardiovascular, de cabeça e pescoço, geral, do aparelho digestório, pediátrica, plástica e torácica).

Clínica médica Organismo em geral.

Coloproctologia Aparelho digestivo fnal.

Dermatologia Pele.

Endocrinologia e metabolia Distúrbios hormonais e de metabolismo.

Gastroenterologia Sistema digestório.

Genética médica Doenças genéticas.

Geriatria e gerontologia Moléstias do envelhecimento.

Ginecologia e obstetrícia Aparelho reprodutor feminino, gravidez e parto.

Hematologia e hemoterapia Sangue, seu uso terapêutico ou de seus componentes.

Homeopatia Clínica geral que utiliza medicamentos preparados com substâncias naturais.

Infectologia Doenças infecciosas.

Mastologia Glândulas mamárias.

Medicina da dor Voltada para o tratamento da dor crônica.

Medicina esportiva Prevenir e tratar distúrbios originados de atividade esportiva. Dar orientação médica a equipes e times.

Medicina geral e comunitária Atuar na prevenção, na cura e na reabilitação de pacientes em conjunto com uma equipe multiprofissional (com enfermeiro, assistente social e psicólogo).

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Medicina legal e perícia médica Realizar autópsias, exames de DNA e de corpo de delito. Dar suporte à investigação de crimes.

Medicina paliativa Oferecer cuidados para aliviar a dor e o sofrimento de pacientes terminais.

Medicina sanitária Desenvolver e aplicar programas de saúde pública.

Medicina do sono Tratar dos distúrbios relacionados ao sono.

Medicina do trabalho Prevenir e tratar doenças causadas pelo ambiente de trabalho ou por práticas profissionais.

Medicina tropical Prevenir e tratar doenças como malária, febre amarela, dengue e hanseníase.

Nefrologia Moléstia dos rins.

Neurologia e neurofsiologia Distúrbios do sistema nervoso.

Nutrologia Nutrição.

Oftalmologia Olhos.

Ortopedia e traumatologia Ossos e músculos.

Otorrinolaringologia Ouvido, nariz, boca e garganta.

Patologia e patologia clínica Exames laboratoriais.

Pediatria Crianças.

Pneumologia Pulmões.

Psiquiatria Doenças mentais.

Radiologia e diagnóstico por imagem Exames radiológicos e diagnóstico por imagens.

Radioterapia Tratamentos por radiação.

Reumatologia Cartilagens e articulações.

Terapia intensiva Tratamento intensivo de pacientes.

Urologia Vias urinárias.

 

O mercado de trabalho

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a proporção ideal em um país é de um médico para cada mil habitantes. No Brasil, com cerca de 440 mil profissionais, segundo o Conselho Federal de Medicina, a relação é de dois para cada mil habitantes. No entanto, o mercado de trabalho para esse profissional está longe de se esgotar. Isso porque há forte desequilíbrio regional: enquanto a população dos grandes centros urbanos – especialmente os de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais – conta com grande quantidade de médicos, capitais no Norte e Nordeste e localidades mais distantes, do interior do país, carecem desse profissional, principalmente nos serviços públicos de saúde.
As chances de sucesso são maiores quando o médico se associa a um hospital ou integra o corpo clínico de um plano de saúde. Isso facilita a conquista de pacientes e livra o profissional dos altos custos de manutenção de um consultório particular. Médicos com capacitação em administração e gestão de pessoas são demandados para atuar na direção de hospitais e estabelecimentos de saúde. A procura também é boa para especialistas em medicina esportiva e genética médica, campos recentes de atuação.


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Onde estudar Medicina

Ao escolher uma faculdade onde estudar Medicina, antes mesmo de conferir aquelas informações mais básicas, como quando é o vestibular, quanto custa a mensalidade e qual o endereço do campus, verifique se a instituição está autorizada pelo Ministério da Educação (MEC) para oferecer o curso.

O motivo é simples: o diploma de Medicina só terá validade – e poderá ser usado para exercer a profissão – se você se formar em uma faculdade reconhecida pelo MEC.

 

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