Comboio do Bem entrega mais de 1.300 presentes em instituições de JF
Mais de 450 pedidos foram atendidos; presentes foram entregues nesta sexta-feira
“O presente quem ganha é a gente. Vale todo o esforço de pedir as doações para as pessoas, de mobilizar todas essa logística. Você olha para um menino desse, que pode não falar nada contigo, mas o brilho no olhar dele já diz tudo”. Para o radialista Willian Boy, esta é a maior recompensa por levar, há 17 anos, atenção, carinho e presentes. Este ano foram contempladas 454 pessoas assistidas pela Apae, pela Escola Estadual Maria das Dores, pelo Instituto Bruno e e pelo Instituto Vitória.
A entrega dos mais de 1.300 presentes foi realizada nesta sexta-feira (8), logo pela manhã. O comboio contou com 15 carros e 80 voluntários. Entre eles estavam policiais militares e civis, militares do Exército, policiais rodoviários federais, bombeiros, agentes da Settra, guardas municipais, agentes da receita estadual e funcionários dos Correios – todos contribuindo com seu tempo e esforço de forma espontânea.
William explica que os presentes são muitos porque a média gira em torno de três pedidos por carta, já que são desejos simples, como brinquedos, roupas e materiais escolares. Ele conta, sorridente, que todos os pedidos foram atendidos neste ano.
Como tudo começou
O Comboio do Bem teve início quando William começou a adotar as cartinhas dos Correios. “Em 2000, eu vi uma reportagem em que eles estavam precisando de muitas adoções, fui lá e peguei 30 cartas. Desde o começo, os Bombeiros me cederam uma viatura, e a gente entregou, no dia de Natal, os 30 presentes. No outro ano, foram 80; no outro, 150. Mas começamos a ter alguns problemas, porque, às vezes, numa comunidade que tinham cem crianças, nós tínhamos 20 presentes. Como você vai explicar para as outras?”
Foi então que ele percebeu a necessidade de ajudar pessoas com deficiência. “Cheguei nos Correios e disse que naquele formato estava complicado. Aí vi a carta do Maria das Dores (escola municipal). Me disseram que ninguém pegava, mas eu disse que queria. ‘Ah mas tem 284 cartas’, disseram, mas eu peguei. E aí as coisas foram acontecendo.”
William ainda conta que a adesão das pessoas é muito grande. “Tem gente que tem o carinho de escrever nas cartinhas. E nenhum dos presentes é de segunda mão, tudo é novo, mas a gente não mede esforços para que todo mundo seja atendido.”