Sete símbolos para uma cultura de paz
PUBLIEDITORIAL
Equipe do Vianna Júnior é escolhida como a melhor na sétima edição da Competição Brasileira de Arbitragem e Mediação Empresarial – maior evento da América Latina, realizado em São Paulo
Foi uma cerimônia simples, em uma noite chuvosa, no emblemático salão nobre do Instituto Vianna Júnior, sem fogos de artifício, mas com o silêncio e o respeito necessários a grandes realizações. A história, porém, já registrao crescimento da prática jurídica que faz das sete “meninas de ouro” ícones da simbologia para uma cultura de paz.
Vencedoras da maior competição latino-americana de arbitragem e mediação, promovida pela Câmara de Mediação e Arbitragem Empresarial (Camarb), as alunas do sexto e quarto período de Direito do Vianna foram reconhecidas como a melhor equipe de mediadores no evento que reuniu 1.200 estudantes de Direito, divididos em 72 times. Deixaram para trás, as equipes da PUC Minas e da USP, com os respectivos segundo e terceiro lugares.
“Já participamos de outra competição em 2013 e fomos vitoriosos também, mas o nosso objetivo primordial é realmente promover a paz social, por meio da mudança de cultura. Queremos quebrar o paradigma da academia que só forma o advogado para o embate,para a lide,como se o processo fosse a única forma de resolver conflitos”, explica a professora, mentora e coach do grupo, Ivone Juscelina de Almeida, ao destacar que alunos do Ensino Fundamental já atuam como mediadores mirins, porque o interesse do Vianna Júnior é fazer da conciliação e da mediação instrumentos de promoção da paz.
A mudança no Código de Processo Civil em 2015, que entrou em vigor em 2016, validou o instituto da mediação, instrumento já largamente utilizado em países europeus e nos Estados Unidos, mas que no Brasil ainda é novidade. Na prática, são as partes (e não mais o juiz), sob a orientação de um mediador, a figura responsável por encontrar a solução para os próprios conflitos. Até porque a realidade tem demonstrado ser humanamente impossível julgar todos os milhões de processos que se acumulam na Justiça. E o que é pior, muitas vezes, as sentenças, em vez de colocar um fim à questão, ainda provocam a abertura de novos processos.
“Em muitos casos, as pessoas entram com a demanda,obtém sentença favorável, mas não ficam satisfeitas, às vezes pelo tempo que o processo levou, ou por questões pessoais, como em casos de divórcio, conflitos com vizinhança, inventário. Ao final, costuma ficar sempre aquela lacuna,aquele vazio, mesmo para os vencedores”, explica a professora Ivone que acredita na conciliação e na mediação como ferramentas eficazes na resolução de conflitos, de forma mais definitiva. “A solução é construída junto e isso muda tudo”, diz.
O estímulo à prática da conciliação e da mediação, com o uso da técnica e da criatividade, enfrenta o desafio de mudar a forma tradicional como se concebe o Direito até então, inclusive para o imaginário popular, que guarda cenas antológicas dos tribunais no cinema,com embates entre mocinhos e vilões.
Mas até a resistência natural à novidade, inclusive dos profissionais, traz em si a oportunidade da mudança. Afinal, o acesso efetivo à Justiça e a uma justiça, de fato, eficaz, fará toda a diferença na organização social. “O Vianna tem 78 anos de história, foi crescendo junto com Juiz de Fora, então a gente se sente muito responsável por toda comunidade, e estamos sempre prontos a prestar serviços, como o Núcleo de Prática Jurídica, o Direito Itinerante que contribui para a solução de conflitos em várias outras cidades da região”, finaliza a diretora presidente, Mariângela Vianna.
Instituto inaugura central comunitária de mediação
Para marcar a Semana Nacional de Mediação, Negociação e Conciliação, o Instituto Vianna Júnior formalizou, com ainauguração, na última terça-feira, sua Central de Mediação, Negociação, Conciliação e Arbitragem. O serviço,aberto à comunidade e com gratuidade para quem recebe até dois salários mínimos por mês, já existia, mas está sendo expandido. “A conciliação já era feita,agora estamos trazendo a novidade da mediação para o atendimento”, observa a professora Ivone de Almeida.
As demandas passarão por uma triagem e se a equipe identificar possibilidade de mediação, as partes serão convocadas para a sessão que será conduzida por alunos capacitados e orientados por professores. “Daí porque acreditamos que o Vianna estána vanguarda. Nossos alunos vão sair daqui com a prática da mediação e com uma visão mais colaborativa do processo e não com uma visão de litígio”, observa o coordenador do Núcleo de Práticas, Guilherme Geovanoni da Silva.
Ele explica que todas as causas são passíveis de conciliação, mediação, negociação e arbitragem, mas o foco, até pelas demandas que a Central recebe,é na área de família. “A mediação requer uma abertura de visão tanto do reclamante, do requerente, quanto do reclamado, do requerido”, diz. Após a solução do conflito construída pelas próprias partes, os acordos seguirão para a homologação no Judiciário. “É importante ressaltar que o processo que será aberto já estará conciliado. A solução já foi proposta e aceita e o juiz só daráa chancela necessária dentro do nosso sistema jurídico”.