Trio é preso por envolvimento em duplo assassinato de mulheres

Homicídios ocorreram no São Benedito, no mês passado. Segundo delegado, rapazes seriam integrantes de organização criminosa


Por Marcos Araújo

22/11/2017 às 18h44- Atualizada 22/11/2017 às 20h16

Outros dois presos com suspeita de participação no caso, que já estão no Ceresp, também foram apresentados durante a coletiva. (Foto: Marcos Araújo)

Três homens, com idades entre 20 e 22 anos, foram presos pela Polícia Civil, nesta quarta-feira (22), por suspeita de envolvimento no duplo assassinato de mulheres, em outubro deste ano, no Bairro São Benedito, na Zona Leste. O trio, que seria integrante de uma organização criminosa conhecida como “Bonde do Trem Bala” com atuação na localidade chamada de Baixada do São Benedito, foi apresentado em coletiva à imprensa pela equipe da Delegacia de Homicídios. De acordo com as investigações, o grupo tem envolvimento com o tráfico de drogas e participação nos últimos cinco homicídios ocorridos no bairro. No caso dos assassinatos de Tairine Lobo dos Santos, 26 anos, e Josiane Militão da Rocha, 43, assassinadas a tiros, na Rua Araxá, em 13 de outubro, o crime teria acontecido em resposta ao homicídio de um jovem, 20, alvejado cinco vezes na face, dois dias antes. Outros dois suspeitos que já estão no Ceresp também foram apresentados durante a coletiva.

De acordo com o delegado Rodrigo Rolli, o inquérito levou 40 dias e se desenrola desde a prisão dos outros dois envolvidos. “Conseguimos provas testemunhais e evidências que nos apontavam não só a participação dos dois já presos, mas de mais esses três. Eles agiam em busca de pontos de tráfico. No que diz respeito aos homicídios praticados por eles, são questões ligadas a dividas de entorpecente e defesa de pontos de venda de drogas”, afirmou Rolli, acrescentando que o bando tem envolvimento no assassinato por engano de um homem, 29, morto na Avenida Agilberto Costa.
Ainda conforme Rolli, mais dois integrantes da quadrilha, que ainda estão soltos, já contam com pedidos de prisão solicitados à Justiça. “Na manhã de hoje (quarta-feira), um deles ameaçou familiares de uma das vítimas por meio das redes sociais. Temos essa prova documental e vamos apresentá-la à Justiça para conseguir a prisão desses dois.” Além das mortes de Tairine e Josiane, e do homem que foi assassinado por engano, o bando teria participação nos assassinatos de outro homem, 32, morto depois que um jovem efetuou vários disparos em sua direção, na Rua São Lourenço, em 22 de setembro; de um jovem, 20, em 12 de outubro, na Rua Araxá, quando ocupantes de um Monza atiraram contra vítima atingida cinco vezes na face. E ainda um de rapaz, 29, morto com um tiro na cabeça e nas costas, na Rua Agilberto Costa. De acordo com o delegado, todas as vítimas, exceto o homem assassinado por engano, tinham envolvimento com o tráfico e homicídios.

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No caso do duplo assassinato, Tairine foi encontrada morta no chão da cozinha alvejada com quatro tiros na cabeça. Já Josiane foi encontrada no sofá da sala e apresentava sete perfurações na região do pescoço e na cabeça. Os suspeitos de matá-las teriam acessado o imóvel pela janela e logo abriram fogo.

Trabalho de inteligência

A delegada regional, Patrícia Ribeiro, ressaltou, na coletiva, que a Especializada em Homicídios tem realizado um trabalho exitoso. Conforme ela, a taxa de apuração de crimes de assassinatos na cidade é uma das mais altas do país, chegando a cerca de 85% de autorias identificadas. “Tivemos mais um êxito num trabalho no qual tínhamos três alvos, e todos foram presos preventivamente com prisão decretada pela Justiça. Isso significa mais sossego para a polícia e para toda a sociedade, porque foi o desmantelamento de uma quadrilha que atuava naquela região, praticando homicídios e tráfico de drogas, além de outros crimes”, enfatizou Patrícia.

Ainda como pontuou a delegada regional, a Polícia Civil vem realizando o mapeamento das gangues da cidade. Essa iniciativa, segundo Patrícia, já está em fase de conclusão, e é importante porque possibilita a identificação de nome, idade e localidade dos integrantes das gangues. “É um trabalho de inteligência e velado, que conta com dois policiais atuando nele. Eles fazem o monitoramento das redes sociais, acompanham as ocorrências, fazendo uma análise diária do que vem acontecendo na cidade, determinando região e horário onde os crimes ocorrem. Assim, conseguimos identificar até placa de veículos e por quais localidades eles rodaram”, ressaltou a delegada.

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