Riscos nas estradas

A discussão sobre a duplicação na Serra de Petrópolis tem que definir direitos e deveres e sair do papel para a conclusão do projeto


Por Tribuna

18/11/2017 às 06h30

A situação da Serra de Petrópolis, ora preocupante ante o agravamento de um dos seus trechos, é fruto da inação das instâncias de fiscalização e do próprio Dnit, que faz ouvidos moucos ante as observações dos usuários. No caso da BR-040, há um encadeamento de fatores que leva à atual situação: pouco investimento; acompanhamento precário e discussão judicial sem fim, além dos preços de pedágio que entram na agenda.

Desde a privatização, estava definido que a Serra seria o primeiro setor a receber reformas, a despeito de seus custos, mas por sua importância na mobilidade dos usuários. A concessionária conseguiu reverter a prioridade e, em vez da duplicação no trecho mais crítico, fez ações entre Matias Barbosa e Juiz de Fora – bem mais baratas -, ficando a Serra para outra etapa.
O serviço começou, o túnel de cinco quilômetros está quase concluído, mas embargos judiciais pararam a obra. Como resultado, a situação se deteriorou. Não se sabe se os riscos geológicos se agravaram pela falta de investimento, ou se já eram presentes no ciclo das obras, mas o resultado é um só: perigo. Na edição de sexta-feira (17), a Tribuna destacou a possibilidade de novos desabamentos, revelando a preocupação dos técnicos que trabalham na região. Uma cratera, que começou com 30 metros de diâmetro e 60 de profundidade, pode se ampliar e, com ela, a possibilidade de mais casas serem afetadas.

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O desfecho desse enredo não tem ainda o seu capítulo definido, mas as consequências são visíveis, não apenas para os moradores da região serrana, mas também para os usuários da BR-040, que terão que esperar por um longo tempo até a solução definitiva do empreendimento.

 

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