251 patifes traíram o povo brasileiro

Sérgio Lopes
Jornalista e professor


Por Tribuna

17/11/2017 às 06h30

No dia 25 de outubro de 2017, o povo da República Federativa do Brasil sofreu mais um golpe da asquerosa “democracia” brasileira. A Câmara dos Deputados não aceitou, por 251 votos a 233 (com duas abstenções e 25 ausentes), encaminhar ao Supremo Tribunal Federal (STF) a segunda denúncia contra o presidente Michel Temer, apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR). O atual presidente do país foi denunciado pelos crimes de obstrução de Justiça e organização criminosa. A denúncia rejeitada pela Câmara envolveu também os ministros Moreira Franco (Secretaria-Geral) e Eliseu Padilha (Casa Civil), acusados de organização criminosa. Os 251 deputados ajudaram a adiar para o futuro a denúncia mostrada pela PGR contra Temer.

Por que Temer recebeu apoio dos parlamentares? Segundo o jornal “O Estado de S. Paulo”, a negociação política para barrar as duas denúncias criminais contra Temer teve um custo que pode chegar a R$ 32,1 bilhões. Essa é a soma de diversas concessões e medidas do Governo negociadas com parlamentares entre junho e outubro, desde que Temer foi denunciado pela primeira vez, por corrupção passiva, até a votação do dia 25/10. Ainda de acordo com o impresso paulista, o presidente atendeu demandas específicas de bancadas da Câmara. A ruralista, por exemplo, foi beneficiada com uma portaria que praticamente inviabiliza o combate ao trabalho escravo.

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Diante dessa manobra política arquitetada por Temer, a culminância da votação expõe de uma maneira efetiva que estamos perto do fim do “Estado Democrático de Direito”. O arquivamento da primeira denúncia (agosto de 2017) e o da segunda (outubro de 2017) demonstram que o Governo Temer e seus aliados não apresentam condições mínimas de ocupar posição de destaque, representatividade, mando e responsabilidade, conforme determina a Constituição Federal. Além disso, é perceptível o uso da força do dinheiro na compra do voto dos deputados federais pelo Governo atual.

A crise que ameaça a nojenta “democracia” brasileira é a não participação popular na decisão do rumo político da pátria. O eleitor está chateado com a política atual. Os 251 deputados que apoiaram Temer confirmam a descrença do cidadão com o Congresso Nacional. A falta de lideranças políticas e partidos organizados pioram ainda mais a crise. Por fim, o senhor Michel Temer e os 251 deputados terminarão seus governos sem respaldo e sem respeito. Antes, as crises eram anuais, semestrais, mensais; no momento atual, serão diárias. O futuro passa a ser uma incógnita…

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