O preço do medo


Por Thaís Pifano, Estudante de Jornalismo da UFJF

01/11/2017 às 07h00

Ei, você! Você mesmo que está lendo isso agora. Já se perguntou o quanto paga pela iminência? É evidente o aumento da violência no país, mais precisamente em Juiz de Fora, que faz questão de acompanhar os índices nacionais, quando não os supera. Tirando proveito dessa má fase, empresas de seguro aumentam suas ofertas de proteção para o seu veículo, sua casa e assim por diante.

Daí você começa a pagar pelo “vai que”: é melhor fazer um seguro para o carro, vai que roubam? Mas só seguro contra roubo/furto não adianta, é melhor fazer um completo, vai que batem na sua lateral? Vai que o pneu fura? Vai que você precisa de um guincho? Melhor não pagar para ver e pagar para não ver!

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E sua saúde, como vai? Melhor pagar logo um plano, vai que você começa a espirrar, descobre uma alergia, quebra o pé atravessando a rua, precisa fazer uma cirurgia? Tudo será bem mais fácil se você tiver um bom plano de saúde! Melhor prevenir do que remediar, já diz o velho ditado. E, se for para remediar, que seja num bom hospital, certo?

Seu computador anda protegido? Acredito que, depois do Wanna Cry, muitas pessoas correram atrás de um antivírus para evitar certos problemas futuros. Para ter certeza de que está seguro contra qualquer ameaça, é melhor pagar pelo programa mais eficiente.

O medo do futuro e a fragilidade na qual estamos expostos diariamente nos obrigam a pagar caro por “pseudoproteções”, já que um seguro não vai impedir um ladrão de roubar seu carro ou assaltar sua casa, um plano de saúde não te impede de adoecer, menos ainda um antivírus vai te proteger de pessoas maliciosas.

Isso não é um protesto, nem estou sugerindo o cancelamento de tudo que traz uma sensação de segurança. É apenas um chamativo. Caso opte por cancelar tudo, continue apenas com o plano funerário, porque esse é o único que temos a certeza de ser útil um dia. Vai que a morte chega?

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