Juiz de Fora tem fim de semana com Aikido e Hapkido

Com a defesa pessoal como um dos temas e princípios das modalidades, Juiz de Fora recebe no sábado (21) e domingo (22) seminários de aikido e hapkido com ícones das artes marciais na Casa D’Itália e no Tupynambás. Conheça um pouco sobre cada filosofia, evento e saiba como participar


Por Bruno Kaehler

20/10/2017 às 06h30- Atualizada 20/10/2017 às 12h17

(Foto: Leonardo Costa)

No Wa Dojo da Casa D’Itália (Av. Barão do Rio Branco, 2.585, Centro), o aikido (caminho harmônico da energia vital) será esmiuçado em seminário a partir deste sábado (21), às 9h, até o domingo (22), às 12h. O evento possui como atração principal o sensei Alexandre Bull (5º Dan Aikikai), considerado uma das maiores referências da arte marcial na América do Sul, responsável por ministrar todo o conteúdo encontro.

Sensei do Wa Dojo, Alfredo de Paula explica que “vão acontecer, inclusive, exames de graduação, e todos receberão certificado. A finalidade é mostrar justamente como a técnica evolui com o tempo. O seminário é aberto a qualquer tipo de pessoa. E quem quiser participar é só fazer a inscrição. Logicamente pedimos que sejam praticantes, porque vão acontecer técnicas e aquelas pessoas não tão qualificadas podem sofrer lesões, porque caímos bastante. Uma das características do aikido é justamente a queda. Caímos para nos proteger.”

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Faixa preta na arte marcial, o estudante José Alfredo, 24 anos, tem muita expectativa sobre o evento. “Seminários são memoráveis, seja faixa branca ou 5ª Dan de aikido. Você recebe um professor com uma visão completamente diferente. Cabe a cada um ter a maturidade e absorver um pouco. Trabalhar a energia é uma coisa única. Recebendo esses professores de fora você consegue ter noção da aplicação disso dentro da técnica. Eles conseguem atingir uma eficiência surreal”, afirma.
Os interessados, praticantes ou não de artes marciais, devem entrar em contato com a organização para realizar inscrição pelo e-mail wadojoaikido@gmail.com ou pelo WhatsApp (32) 99112-9047. O preço da inscrição é de R$ 150.

Mestre e 14 faixas pretas mexicanos em ação na cidade

(Foto: Leonardo Costa)

Já o Ginásio do Tupynambás (R. Delorme Louzada, 32 – Santa Teresa), das 9h deste sábado (21) até as 18h do domingo (22), terá 14 presenças ilustres no cenário das artes marciais. Atletas da Seleção Mexicana da modalidade, além do Mestre Guillermo Rodriguez, 7º Dan, representante máximo do hapkido do México, irão protagonizar o Seminário Internacional de Sin Moo Hapkido ao lado do mestre local Fernando Ribeiro, 7º Dan. Para o evento, os cinco primeiros leitores da Tribuna a entrar em contato com a organização, pelo número (32) 99915-3496, terão inscrição gratuita. Qualquer praticante de arte marcial pode participar.

“Teremos treinos nos níveis iniciante, para quem nunca praticou e quer ter noções básicas de defesa pessoal, intermediário, com essa aprendizagem e algo mais avançado, e o último, avançado, que contempla técnicas mais difíceis para faixas pretas de quaisquer modalidades, porque é um treinamento com a ajuda de vários instrutores”, explica mestre Fernando.

Entre os mexicanos está a atleta Maria Alejandrina, faixa preta e 3º Dan de hapkido. À Tribuna, ela valorizou a possibilidade de trocar experiências com os juiz-foranos. “Tenho 15 anos praticando hapkido, e é a primeira vez que venho ao Brasil. Estou muito contente. A viagem foi longa, mas vale a pena estar aqui. E me deixa muito satisfeita estar em aulas com alunos do mestre (Fernando) Ribeiro e poder compartilhar conhecimento que temos. E não somos só eu e meu companheiro Gerardo (Irineo, outro atleta mexicano de hapkido), mas sim uma irmandade de vários países unidos na modalidade”, destaca.

Não é força, é equilíbrio e habilidade mental

No aikido, o combate é evitado, assim como não há competições entre os praticantes, como destaca o sensei Alfredo de Paula. “O aikido atende qualquer tipo de pessoa por não usar força. Mas a maior vantagem é harmonizar. O aikido não tem nenhum tipo de enfrentamento. O que vocês vão ver na arte marcial, geralmente, são confrontos onde o mais forte sempre ganha. O aikido não tem essa necessidade. Quem tem mais equilíbrio, é mais habilidoso mentalmente e consegue contornar as situações é o vencedor”, revela.

Nesta prática há uma preocupação até no momento de desarmar um inimigo, como conta José Alfredo. “Existem as técnicas básicas que treinamos usando a física para desequilibrar o oponente e a anatomia ao nosso favor. Mas também existe o plano espiritual. Independente da religião. Além da física, aplicada na técnica, há a energia. Você absorve a intenção do atacante e volta aquilo de uma forma benéfica, sem machucá-lo, sem ser nocivo à saúde da pessoa.”

Neste aspecto, o sensei reitera que a prioridade é a felicidade própria e o bem-estar. “Você aprende a parte filosófica, a harmonizar com você mesmo e com as pessoas em sua volta. A arte marcial vem como brinde, porque aprendemos a fazer chaves e arremessos, mas principalmente, a nos proteger.”

Por ser uma arte marcial de origem japonesa, quase todo o seu conteúdo é de defesa pessoal. “Você aprende a lidar com qualquer tipo de situação, mas a característica principal é que você não destrói a pessoa, mas a imobiliza. Você se protege e também protege aquele que está te atacando.”

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‘Não aconselhamos ninguém a reagir’

No hapkido, todas as técnicas são utilizadas para a defesa pessoal, como explica o mestre Fernando Ribeiro. “Você treina em pé, com as mãos, como no kickboxing, e usa as técnicas de chute. Temos chutes pulando, giratórios, muitos tipos diferentes. Além disso, há movimentos de chão. Treinamos também torções de mobilização, meditação e vários outros tipos de treino com armas, como bastões curtos e longos e espadas”, relata.

Apesar da estreita relação com a autodefesa, os praticantes não são orientados a reagir contra um assaltante, por exemplo. “Não aconselhamos ninguém a reagir com armas de fogo ou faca. Pessoas que têm conhecimento e treinamento se machucam e podem até morrer. As poucas chances que a pessoa vai ter com o oponente é quando estiver próximo, mas mesmo assim é muito arriscado”, reitera Fernando.

A arte marcial coreana prepara o indivíduo com rolamentos, esquivas e técnicas até de respiração, mas traz em seus princípios filosofias que vão além da simples prática de uma arte marcial. “Os golpes são muito diretos, menos circulares, mas explicamos essas coisas mais detalhadamente quando é uma matéria em que possuímos um maior tempo. O criador do hapkido é Dojunin Ji Han Jae, pai dessa arte. O hapkido é uma filosofia de vida. Você pode aprender não só técnicas, mas também o companheirismo, a amizade, criamos um laço familiar. O hapkido vai muito além de uma ferramenta de arte marcial.”

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