Bia rumo a Tóquio 2020

Com apoio da Confederação Brasileira de Boxe e na Seleção, Beatriz Ferreira, boxeadora baiana radicada em Juiz de Fora, eleva participações internacionais por vaga olímpica


Por Bruno Kaehler

15/10/2017 às 07h00

 

“Vida de atleta é complicada. Tenho um ‘paitrocínio’, meu pai me ajuda em tudo, minha família está sempre me apoiando para eu não desistir”, diz a atleta (Foto: Olavo Prazeres)

Boxeadora baiana, mas que mora e treina em Juiz de Fora, Beatriz Ferreira, 24 anos, não para de crescer. Confiante, o sonho olímpico de atuar em Tóquio 2020 tem ganhado força a cada dia. A atleta local defende a Seleção Brasileira e obteve, sobretudo nesta temporada, maior suporte da Confederação Brasileira de Boxe (CBBoxe), que vê na pugilista uma das esperanças de medalha no país neste ciclo olímpico. Prova disso é o relato do diretor técnico da entidade, Otílio Toledo, com exclusividade à Tribuna em entrevista por telefone.

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“Ela é uma menina com um potencial técnico e condições de ser a principal da categoria. Estamos dando o maior suporte possível técnico e de recursos na preparação dela. A Confederação possui uma equipe técnica multidisciplinar com treinadores, psicólogo, preparador físico, nutricionista, massoterapeuta. São vários atletas beneficiados”, afirma. A ideia é que Bia intensifique o número de compromissos a partir de agora, com foco em 2018, por meio do suporte financeiro e técnico da CBBoxe e o apoio do pai, Sergipe, ex-lutador e atual técnico da baiana.

Atualmente, a campeã brasileira, na categoria até 60kg, chegou à 15ª colocação no ranking internacional da AIBA (Associação Internacional de Boxe Amador), responsável pelo boxe olímpico no mundo. Para que ela ganhe novas posições e se aproxime ainda mais de Tóquio, as participações em torneios fora do país são de extrema importância. A próxima será na Bulgária, destino da boxeadora já nesta terça (17). “As competições internacionais são parte do crescimento dela. Cada competição que vai, ela ganha experiências e capacidades técnica e táticas, além de confiança”, explica Otílio.


Cauteloso, o diretor técnico ressalta ainda que Bia precisa desenvolver suas técnicas e tem um trajeto “mais aberto” para a Olimpíada que outros atletas da Seleção. “Nós trabalhamos com o feminino e masculino, e a Bia tem uma capacidade como atleta muito grande. Possui condições de crescer, na categoria dela as grandes estrelas já saíram, e ela tem muito mais possibilidades que outros atletas que possuem a mesma qualidade que ela, mas adversários de maior experiência, por exemplo. Ela tem um caminho que não é fácil, porque nada é, mas é mais aberto”, avalia.

‘Paitrocínio’, a ‘força extra’ da atleta

A atleta se mostrou grata à aposta da CBBoxe e revelou ter todo o auxílio recebido em mente ao iniciar os combates. “Vida de atleta é complicada. Tenho um ‘paitrocínio’, meu pai me ajuda em tudo, minha família está sempre me apoiando para eu não desistir. A gente precisa de competir porque só assim vai aprender e evoluir. A Confederação está investindo, estou muito feliz e por causa disso pretendo dar muitos resultados. Quando subo no ringue penso em tudo, na dificuldade que está sendo para eles me levarem para fora, de treinar em JF sem apoio, e isso me dá me dá uma força extra. Se Deus quiser, virão muitos resultados para a gente levar o boxe no topo, que é onde quero chegar.”

Bia deve intensificar o número de compromissos a partir de agora; na próxima terça (17), ela embarca para a Bulgária para disputar mais um torneio

Seu maior fã, o pai Sergipe vê na continuidade do trabalho em dupla o percurso para Tóquio. “Ela é um talento, e todas as oportunidades que estão dando ela está sabendo aproveitar, agarra com unhas e dentes. Queremos passar por todos os campeonatos, mas nosso foco é na Olimpíada de 2020. Tem grandes treinadores na Seleção Brasileira, admiro muito o trabalho, mas estou com a Bia desde os seus 4 anos de idade. Fui para o Brasileiro agora e é outro nível ao lado dela, outro espírito de luta, até os caras da Seleção disseram isso”, afirma ele.

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