Voto político


Por Tribuna

14/10/2017 às 07h00

A sessão de terça-feira do Senado Federal será emblemática. Na pauta, a situação do senador Aécio Neves, afastado do cargo por uma decisão do ministro Edson Fachin, relator do processo da Lava Jato, e também por estar impedido de sair à noite. Já sem o peso do impasse com o STF, que repassou ao Parlamento a decisão de prosseguir ou não com a ação, os senadores irão mostrar ao país se protestaram por conta do companheiro ou por terem considerado uma inversão de prerrogativa.

Há senadores que defendem o prosseguimento do caso, para que, somente dessa forma, o político mineiro tenha chances de apresentar provas de sua inocência. Engavetar a ação seria dar um claro sinal ao país de que a Casa está preocupada não apenas com Aécio, mas também com outros tantos senadores que se encontram na mesma condição ou na expectativa de também serem chamados às barras da Justiça.

PUBLICIDADE

O confuso voto de minerva da ministra Cármen Lúcia, que careceu de interpretação dos próprios colegas, foi eminentemente político. Ela evitou um impasse institucional, mas deu margem para outros políticos utilizarem a mesma brecha. Porém só com o tempo será possível avaliar a extensão do voto que desempatou o cinco a cinco entre os que queriam manter a prerrogativa única do STF de julgar políticos e os que queriam repartir o ônus com o Legislativo.

Já sem a pressa de cumprir uma pauta para fechar a reforma política, o Congresso ainda tem temas importantes pela frente, a começar pela também autorização para prosseguimento, ou não, da denúncia da Procuradoria-Geral da República contra o presidente Michel Temer. Nesse caso, porém, a lei é clara: é preciso autorização. O Governo aposta que vai vencer, mas ainda terá que acertar a conta com seus apoiadores.

Os comentários nas postagens e os conteúdos dos colunistas não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é exclusiva dos autores das mensagens. A Tribuna reserva-se o direito de excluir comentários que contenham insultos e ameaças a seus jornalistas, bem como xingamentos, injúrias e agressões a terceiros. Mensagens de conteúdo homofóbico, racista, xenofóbico e que propaguem discursos de ódio e/ou informações falsas também não serão toleradas. A infração reiterada da política de comunicação da Tribuna levará à exclusão permanente do responsável pelos comentários.