A amada de Francisco


Por Equipe Igreja em Marcha Grupo de Leigos Católicos

07/10/2017 às 06h30- Atualizada 07/10/2017 às 10h45

São Francisco de Assis fascina a todos nós pela poesia, pela busca da simplicidade e pelo amor à natureza. Quarta-feira comemoramos o seu dia. Na sua mística, a simplicidade e o despojamento eram expressos por um enorme amor a uma grande dama: a Dona Pobreza. Após sofrer com a ira de seu pai, por ter dado seus bens para os pobres, Francisco retira toda a sua própria roupa, para seguir pela vida sem nenhum bem. Passa a viver na simplicidade, fraterno com toda a Criação.
Sua radicalidade no seguimento do Cristo renovou a vida da Igreja, impulsionando ainda hoje um número enorme de cristãos. Tendo sido criado em um meio social que valorizava em demasia os bens materiais, em que a própria Igreja cedia aos impulsos de acumulação e fausto, vai ao âmago dos ensinamentos de Jesus, vivendo para amar a todos e a toda a criação, um amor exigente que entrega tudo que se tem e tudo que se é.

O mundo vive um momento dramático: a ganância, considerada virtude pela cultura contemporânea, levou todo o mundo a uma de suas maiores crises. A volúpia de ter, além de colocar em risco a própria existência do planeta pela degradação do meio ambiente, provocou uma crise econômica de proporções planetárias pela acumulação compulsiva. Evidentemente, onde alguns acumulam muitos bens, uma enorme maioria vive em penúria, ou simplesmente não vive.

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O mundo não viveria os presentes tormentos se todos seguissem o pobrezinho de Assis. Ironicamente, pela sua popularidade, imagens de São Francisco adornam, com muita frequência, ambientes ricos e requintados. Seria melhor que seus exemplos adornassem a vida dessas pessoas.

O próprio ex-presidente da maior e mais opulenta potência da terra, Barack Obama afirmou que o povo americano não poderá mais manter seu estilo de consumo irresponsável, tendo a anuência de outros líderes de nações ricas. Seria ingênuo acreditar que todos se converterão, mas é reconfortante saber que as pessoas que mandam na terra sabem o que estão erradas em suas condutas.

Resta pedir a Deus que a necessidade consiga ensinar aos ricos do mundo a frugalidade e a partilha. Que a única necessidade que temos é do amor que só quer doar e que esse é o único caminho para a felicidade.

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