Correios ingressam com ação de dissídio coletivo contra greve

Em Juiz de Fora, de acordo com o sindicato dos trabalhadores, 30% do total de funcionários na região estão parados


Por Tribuna

28/09/2017 às 12h11- Atualizada 28/09/2017 às 13h02

 Um dia após o Tribunal Superior do Trabalho (TST) determinar que sindicatos filiados à Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect) garantam ao menos 80% dos trabalhadores em atividade durante a greve decretada na última sexta-feira (22), os Correios informaram nesta quinta-feira (27) que ingressarão com ação de dissídio coletivo, ação proposta à Justiça do Trabalho para solucionar questões não resolvidas em negociação direta.

De acordo com a estatal, a medida foi tomada após os trabalhadores filiados aos sindicatos ligados à Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios (Findect) anunciarem adesão à paralisação na noite de ontem (26).

Em Juiz de Fora, de acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nos Correios de Juiz de Fora e Região (Sintect/JFA), João Ricardo Guedes, a movimentação conta com adesão cada vez maior dos servidores. Ele indica que, até o momento, 70 trabalhadores estão parados, cerca de 30% do total de funcionários dos Correios na região. “A insatisfação é muito grande. Estamos revoltados porque a proposta de reajuste é indecente. Entre as nossas maiores preocupações está a retirada das conquistas que alcançamos até agora, diante da justificativa de que a empresa está quebrada, sem provas e números que mostrem a real situação”, diz o presidente.

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Ainda de acordo com ele, os trabalhadores lutam contra a privatização do serviço. “Queremos o Correio público com a qualidade que sempre teve. O peso que atualmente temos sobre os funcionários impacta a população. Ela já sente a dificuldade nas entregas, comprometidas por falta de pessoal. Precisamos de um concurso público, precisamos dos direitos garantidos e respeito às nossas conquistas. O serviço é considerado essencial, mas precisamos de maior comprometimento dos administradores para que ele retome a sua essencia. Pedimos o apoio da população para fazer esse resgate. ”

Em todo país 

Levantamento feito pelos Correios nesta quinta-feira mostra que 90.607 empregados em todo o país estão trabalhando, o que corresponde a 83,45% do total. Mesmo assim, a empresa manteve em prática as ações do Plano de Continuidade de Negócios, que prevê o deslocamento de empregados entre as unidades e a realização de horas extras. As medidas, segundo os Correios, visam reduzir os impactos da greve para a população.

Por conta da paralisação, serviços com hora marcada como o Sedex 10, Sedex 12, Sedex Hoje, Disque Coleta e Logística Reversa Domiciliária estão suspensos. Segundo os Correios, a greve não afetou a rede de atendimento em todo o país: as unidades estão funcionando e serviços como o Sedex e o PAC continuam disponíveis para os consumidores.

Negociações

Os Correios propõem reajuste de 3% nos salários e benefícios a partir de janeiro de 2018 e manutenção das demais cláusulas do Acordo Coletivo de Trabalho 2016/2017. Na última sexta-feira, os trabalhadores ligados à Fentect decretaram greve.

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