Amazônia ameaçada
Inácio Botto, Estudante de Turismo da UFJF
Recentemente, fomos pegos de surpresa por uma notícia nada boa para nós brasileiros e para o resto do mundo. O “governo” Temer, por meio de um decreto, acabou com a Reserva Nacional do Cobre e Associados (Renda), que fica entre os estados do Pará e Amapá, com 46.450 quilômetros quadrados, pouco maior que a Dinamarca. Você tem noção desse ato de desespero?
As consequências podem e serão catastróficas (precisamos nos mobilizar!). Com a liberação da área, empresas mineradoras irão, num futuro bem próximo, começar uma grande “corrida” em busca de minérios como ouro, manganês, cobre, ferro e outros… Muitas pessoas estão falando que “a nova corrida do ouro voltou” e que a região vai se “transformar na nova Serra Pelada”. Um absurdo!
O que será desse imenso bioma, da rica fauna, flora, população de ribeirinhos e das tribos indígenas, que serão afetados pelo fim desse decreto? Aumento do desmatamento, conflitos fundiários serão uma ameaça à biodiversidade amazonense.
O ambientalista Nilo D’ávila, diretor do Greenpeace, disse que: “O decreto abre espaço a uma ocupação desordenada e predatória em áreas de floresta”. Nenhum estudo, repito, nenhum estudo foi feito para que esse decreto fosse derrubado. De uma coisa eu tenho certeza, Temer fará de tudo para permanecer no poder até os minutos finais de seu mandato. As perguntas que ficam no ar: será que vale tudo para o desenvolvimento econômico da nação e quem são as pessoas que irão se beneficiar com essa medida catastrófica?
Precisamos cobrar de nossos representantes nas esferas públicas mais ações de conscientização e educação ambiental, programas nas escolas, universidades, centros de assistência, etc. Temos a necessidade e digo mais, o dever de mudar nossos hábitos, frear o consumismo exacerbado. É de suma importância sermos e formarmos cidadãos conscientes, enxergando nossa relação com a mãe natureza.
Para o leitor, indico a série Amazônia Sociedade Anônima, dos diretores Estevão Ciavatta e Fernando Acquarone. Com cinco episódios, disponíveis no YouTube, ela fala sobre os principais vetores de desmatamento na Amazônia, berço de várias culturas indígenas, celeiro do crescimento econômico, sendo o principal produtor brasileiro de minério, energia elétrica, soja, carne e madeira. A série apresenta o atual desafio de conciliar desenvolvimento com a preservação da nossa biodiversidade.