Em semana curta, reforma política, se aprovada, não terá grande impacto

Por Paulo Cesar Magella

05/09/2017 às 08h07 - Atualizada 05/09/2017 às 08h07

Reforma emperrada

A Câmara Federal, embora com um feriado na quinta-feira, que mata a semana em Brasília, vai tentar um último esforço para aprovar algumas medidas da reforma política. Mas não há otimismo. O cientista político Raul Magalhães, da UFJF, acha que se alguma coisa for aprovada será em torno das coligações, regra previamente aprovada no Senado, mas ele duvida que questões mais agudas, como o distritão, passem pelo plenário. Na sua avaliação, “o governo que patrocina as reformas está sem autoridade perante a opinião pública, com recursos limitados para barganhas, e pode sofrer novas denúncias da Justiça, então a coisa tende a paralisar mais uma vez”. Segundo o professor, “as diversas reformas políticas tentadas sempre se frustraram devido à resistência dos deputados em modificar as regras que os elegeram. Agora não é diferente. O distritão não é uma mudança trivial, porque por detrás da regra – os mais votados por estado vão para o Congresso – temos claramente o favorecimento das campanhas com mais recursos e que disputam votos nos maiores colégios eleitorais, ou seja, capitais, regiões metropolitanas e grandes cidades”.

Poucos atores

O professor Raul Magalhães considera que, a despeito de também viverem crises de identidade, PT e PSDB, na falta de outros atores, devem continuar liderando a cena nacional, mas não vê o mesmo futuro com o PMDB, partido que se encontra no poder. “O PMDB não tem a menor credibilidade, e a sociedade vai ter de usar os políticos disponíveis para tentar fazer a ponte para um novo pacto. Assim o PSDB tem dois candidatos (Alckmin e Doria), e, se Lula não for o candidato do PT, nenhum outro candidato à esquerda teria chances sequer de segundo turno sem o apoio do Partido dos Trabalhadores”. Quanto a Marina Silva, ele entende que ela terá, obrigatoriamente, que fechar acordo com um dos lados.

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De volta a JF

O vice-governador Antônio Andrade volta a Juiz de Fora ainda este mês. Na última sexta-feira, durante encontro regional, ele acertou com o prefeito Bruno Siqueira a realização de um encontro regional com a participação de 33 diretórios do PMDB da região. O presidente em exercício e coordenador Regional, Orlandsmidt Riani, recebeu a missão no mesmo dia e já está articulando o evento para o dia 30. A pauta, certamente, será a sucessão, pois os dirigentes entendem que, mesmo sem definir nomes, já é hora de colocar o assunto na mesa.

Para ouvir as ruas

As prefeituras de cidades de menor porte, sem qualquer estrutura para desenvolver projetos de controle das suas relações com a comunidade, ganharam uma ferramenta importante. O Ministério de Transparência e a Controladoria-Geral da União (CGU) lançaram nessa segunda-feira o sistema informatizado de ouvidoria dos entes federados. Trata-se de um serviço gratuito que oferecerá aos gestores municipais uma plataforma web para recebimento de denúncias, reclamações, sugestões, elogios e solicitações dos cidadãos. A ideia é implantar, de maneira simples e sem custos para o município, um canal efetivo de comunicação com a sociedade.

Paulo Cesar Magella

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