Políticas de segurança

Novo modelo deve ser experimentado, pois o crime se sofistica a cada dia, numa dinâmica que não tem o mesmo ritmo nos governos


Por Tribuna

30/08/2017 às 06h00

A crítica recolhida durante audiência pública na Assembleia Legislativa ao novo modelo de policiamento a ser implantado no estado, a partir do ano que vem, pode ter fundamento, mas é preciso, pelo menos, experimentar a mudança, para aferir os resultados. Não é de hoje que a Polícia Militar vem buscando alternativas para combater a violência urbana, em curso ascendente, sobretudo nas metrópoles. Houve um tempo em que a adoção de postos fixos era a estratégia mais viável. Desta forma, foram implantadas unidades no Manoel Honório, esquina das avenidas Brasil e Rio Branco; no Largo de São Roque, no Parque Halfeld e no Alto dos Passos. Com o tempo, eles foram abandonados e removidos em favor do patrulhamento móvel.

As políticas de segurança devem ser dinâmicas, o que justifica essa alteração, pois o crime está cada vez mais sofisticado – e seus autores, mais equipados -, fruto do descontrole das fronteiras e do tráfico fácil de armas. As polícias buscam reagir, e a mudança pode ser uma saída, já que não dá para ficar no atual estágio em que a sensação de insegurança é cada vez mais aguda.

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Mas há muitas demandas que já poderiam ter sido superadas. Em vários estados, o número de policiais à disposição de outras instâncias é expressivo, fruto de um antigo modelo em que as autoridades, dos três poderes, avocavam o direito de ter a segurança de policiais civis e militares em vez de segurança privada. O comando da PM antecipa que está enxugando os quadros administrativos para colocar mais policiais nas ruas. A medida é positiva, sobretudo quando esses agentes do estado são treinados para garantir a segurança, e não para ficar atrás de mesas envolvidos pela burocracia, que pode, muito bem, ser executada por civis.

A experiência começa em Belo Horizonte, a partir do ano que vem, e, de novo, é necessário pressionar a instância política – os deputados estaduais especialmente – para exigir que o projeto avance pelo interior, sob o risco de ocorrer o mesmo verificado com o “Fica Vivo”, de combate aos homicídios, que ficou restrito à capital e à sua Região Metropolitana.

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