Jardim Botânico da UFJF abrirá as portas ao público em 2018

Novo espaço da UFJF, previsto para estar funcionando em 2015, será inaugurado sem a conclusão das obras do teleférico e do trenó de montanha


Por Bárbara Riolino

29/08/2017 às 14h05- Atualizada 29/08/2017 às 19h15

O professor do Departamento de Botânica, Gustavo Soldati (à esquerda), assume a direção do espaço (Foto: Twin Alvarenga/UFJF)

O Jardim Botânico da UFJF deve ser aberto ao público e para a pesquisa em março de 2018. A data foi divulgada em coletiva de imprensa convocada pelo reitor Marcus David nesta terça-feira (29), que também anunciou o novo diretor do local: o professor do Departamento de Botânica Gustavo Soldati. A nova previsão, se cumprida, faz com que a inauguração do jardim aconteça com atraso de quase três anos, com base na data divulgada anteriormente, em maio de 2015. A expectativa da universidade, agora, é dar início às obras de infraestrutura, bem como a instalação das redes de água, esgoto e energia, que serão feitas pela própria instituição. Contudo, o Jardim Botânico será inaugurado sem o funcionamento do teleférico e do trenó de montanha, que deveriam ter sido concluídos no final de 2015, mas tiveram as obras suspensas na metade devido a entraves jurídicos entre a UFJF e a empresa contratada.

Segundo o reitor Marcus David, desde o início da gestão, foram iniciados estudos de propostas condizentes com o atual cenário político e econômico do país para traçar um plano de ação imediata que pudesse viabilizar a conclusão do Jardim Botânico. Com dois projetos de engenharia concluídos, foi decidido pela priorização das obras de infraestrutura. O primeiro projeto englobava obras de edificação, laboratórios de pesquisa, reformas na casa sede, casa sustentável e o segundo, o projeto paisagístico. “Este (da infraestrutura) era um projeto que nem tinha sido iniciado, orçado em R$ 7 milhões. Somado ao que estaria faltando para finalizar o terceiro projeto – o trenó e o teleférico – algo em torno de R$ 13 milhões, precisaríamos de R$ 20 milhões para concluir todo o jardim. Neste atual cenário de crise, isso é altamente inviável”, observou.

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O reitor explicou que, com o desafio lançado, a equipe, junto com a Pró-Reitoria de Infraestrutura e Gestão (Proinfra), apresentou um modelo de gestão e de concepção de Jardim Botânico mais adequado ao momento, que aliava ousadia, criatividade e competência. “Conseguimos chegar a um projeto de infraestrutura que será executado pelo nosso pessoal e com aquisição de equipamentos e materiais pela própria UFJF.”

Para concluir esta etapa, a expectativa da UFJF é gastar apenas com materiais e utilizar mão de obra da instituição. O reitor estima que os mesmos não sejam tão expressivos, podendo chegar entre R$ 800 mil a R$ 900 mil, dotado do próprio orçamento. A manutenção do espaço será incorporada aos demais serviços já realizados pela Proinfra.

A área de 82 hectares, localizada na Mata do Krambeck, foi adquirida pela universidade em 2010. As obras para a estruturação do Jardim Botânico foram iniciadas em 2013. Desde então, segundo aponta o Portal da Transparência do Governo Federal, já foram gastos, de 2013 a 2016, cerca de R$ 20 milhões para as obras do teleférico e do trenó de montanha e aproximadamente R$ 13 milhões para obras no próprio jardim.

‘O Jardim é mais do que o trenó e o teleférico’

Assim que for inaugurado, o Jardim Botânico será mais do que um campo de trabalho para pesquisadores e alunos da universidade. Segundo Gustavo Soldati, diretor do jardim, a proposta é que ele se comporte como um espaço de articulação, de diálogos e de saberes. Para ele, o equipamento terá papel fundamental em produzir conhecimento, registrar, manter e conservar a biodiversidade como um todo, sobretudo a vegetal, não só para extensão como para a educação.

“A gente precisa entender que o Jardim Botânico é muito mais do que um trenó de montanha e um teleférico. Existem mais de 600 jardins botânicos registrados no mundo e queremos que o nosso diferencial seja trazer e incorporar discussões mais atuais sobre a conservação da biodiversidade, que englobam aspectos políticos, econômicos e históricos. A natureza não deve ser distante ou afastada de nossas culturas. Quando aproximamos as esferas culturais e as biológicas, construímos o conceito de sociobiodiversidade”, destaca Gustavo.

A pró-reitora de Extensão, Ana Lívia Coimbra, ressalta que a característica do Jardim Botânico é a relação com a comunidade de Juiz de Fora e da região, portando-se como um espaço verde, onde as pessoas irão desfrutar, mas compreendendo a questão da preservação. “Todos os projetos realizados terão cunho educativo, nos quais pessoas de todas as idades poderão andar por esses caminhos, aprender sobre cada planta, utilizando a tecnologia. Está em desenvolvimento um aplicativo para celular no qual as pessoas poderão caminhar e consultar informações sobre aquilo que ela está visualizando.”

O acesso ao Jardim Botânico será gratuito e acontecerá pelo Bairro Santa Terezinha. A capacidade de público, bem como o sistema de visitação guiada, ainda estão sendo discutidos. Além da pesquisa e da educação, o jardim reserva atrações que reforçam o turismo local, como lagos com decks, espaços de exposição, bromeliário e orquidários.

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