Orgulho do Rainbow Fest


Por Tribuna

23/08/2017 às 06h00

Por Oswaldo Braga,
Jornalista e presidente do MGM

No último fim de semana, Juiz de Fora recebeu a comunidade LGBT de todo o país para as celebrações do Rainbow Fest, evento produzido pelo Movimento Gay de Minas (MGM), que ocorre paralelamente ao concurso Miss Brasil Gay. A cidade se viu invadida pelas cores da bandeira do arco-íris, por rostos não familiares, por casais homoafetivos passeando de mãos dadas, desfrutando da segurança e das garantias proporcionadas pela Lei Rosa e ratificando a fama da cidade que respeita a diversidade e os direitos de suas minorias.

Depois de um intervalo de três anos sem Miss Gay e um ano sem Rainbow Fest, o Brasil assistiu à volta dos eventos com uma nova abordagem, mais moderna e com as responsabilidades mais bem distribuídas entre os atores públicos da cidade. O MGM, reconhecido por seu poder de mobilização da comunidade LGBT de Juiz de Fora e região, se dedicou aos eventos massivos, brilhando mais uma vez e atraindo uma multidão para as festas e os shows na Praça Antônio Carlos e no Calçadão.

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Os organizadores do Miss Brasil Gay se encarregaram de promover uma festa à altura da fama do concurso, reativando sua rede de promotores dos eventos estaduais e garantindo a qualidade que sempre esteve presente no certame.

A UFJF, que surge como uma nova parceira, assumiu seu papel de promotora de debates e educadora de uma juventude cada vez mais resistente aos padrões e ao preconceito por orientação sexual e identidade de gênero. Aportada por recursos federais, a partir de uma emenda da deputada Margarida Salomão (PT-MG), o projeto “UFJF e Miss Brasil Gay: interface com a comunidade”, da Reitoria de Extensão, possibilitou a realização de dezenas de atividades no campus e em centros culturais da cidade.

A Prefeitura de Juiz de Fora colaborou com sua equipe e forneceu alguns insumos necessários à estrutura dos eventos, colaboração sem a qual estariam inviabilizados. Em época de vacas magras e sob o olhar atento e insatisfeito dos políticos que detêm os votos dos conservadores e que se sentem no direito de negar os direitos da comunidade LGBT, a PJF reduziu ao máximo sua colaboração, se limitando a contribuir com o mínimo suficiente para que os eventos acontecessem. Não fosse o empenho pessoal dos envolvidos na organização e daqueles que se prontificaram a colaborar voluntariamente, a festa não aconteceria.

As grandes associações que agregam o trade turístico da cidade se mobilizaram, se prepararam para receber os turistas, adequaram suas tabelas de preços, chamaram os comerciantes para enfeitarem suas vitrines, deslocaram estagiários para picar fitinhas coloridas, mas foram incapazes de patrocinar com um centavo sequer os eventos que, seguramente, colocaram em suas portas um exército de consumidores ávidos por desfrutar as delícias de nossa cidade.

Os hotéis estavam cheios; as ruas, os restaurantes e bares, repletos; as boates, lotadas; todas as festas paralelas que aconteceram foram um sucesso! A cidade esteve sorridente, como há muito não se via.

Só no Rainbow Fest foram cerca de 30 horas de música, oito DJs, mais de 20 atrações, entre drags, grupos de dança e bandas. O MGM calcula que cerca de 50 mil pessoas estiveram presentes nesses três dias. Um evento pacífico que não registrou uma briga sequer, que manteve o patrimônio público intacto, cercado de cuidados com a segurança e de carinho com a população.

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As luzes que iluminaram o prédio da Funalfa correram o mundo! Nossa cidade foi aplaudida e admirada. Nenhuma família se desfez, nenhum raio caiu nas nossas cabeças, e muitos vieram viver a rara sensação de ser um cidadão respeitado em nossa cidade.
O Rainbow Fest só nos orgulha!

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