Candidata de Minas Gerais é coroada Miss Brasil Gay 2017
Guiga Barbieri leva a coroa em evento lotado e repleto de atrações na casa nova, o Terrazzo,
Depois de um hiato sentido, o Miss Brasil Gay voltou homenageando a cidade que o abriga de braços e arco-íris abertos. A vencedora da coroa foi a Miss Minas Gerais, Guiga Barbieri, que desde sua primeira aparição na passarela foi ovacionada pelo público. O título foi obtido por meio de votação de um júri de convidados com 23 integrantes, que teve a presença de personalidades como o estilista Dudu Bertolini, a divina diva Jane di Castro, a drag queen Salete Campari e o fundador do evento, Chiquinho Mota.
“Este título é a realização de um sonho. E a mensagem que eu gostaria de passar é: se esforcem, se dediquem. Por mais que se passem anos, se a gente corre atrás, este sonho um dia se realiza”, disse, emocionada a Miss, que recebeu a faixa e a coroa da então atual detentora da coroa, Sheila Veríssimo, que roubou a cena (com classe e elegância) em um belíssimo vestido com milhares (talvez milhões?) de cristais, criação da estilista e Miss Gay 2000, Michelly Xis. “A sensação de despedida é triste sim, mas acredito em renovação e espero que sucessora desempenhe o título levando em conta seu maior papel: enaltece ar arte transformista e dignificar movimento gay”, disse Sheila.
Além do título principal, a mineira arrebatou duas outras importantes premiações da noite, a de melhor traje típico e a de melhor traje de gala. A vestimenta típica tem origem em uma lenda urbana de BH, do “Capeta do Vilarinho”, de quando o demo em pessoa se travestiu de gente para participar de um baile de dança no bairro que passou a carregar em sua alcunha depois que seus chifres o denunciaram. A candidata arrebatou a plateia ao entrar na passarela com um traje prateado com chifres e uma projeção que remetia ao fogo do inferno, mas o melhor ficou com as asas que se abriram em pleno desfile e se movimentavam graciosamente.
Já o traje de gala possuía uma longa e volumosa capa em tom de nude e com alguns cristais. O vestido em si era completamente cravejado de cristais, de mangas longas e bem ajustado ao corpo, que também arrancou aplausos em massa do público.
O concurso também premiou a Miss Simpatia, feito por votação entre as próprias candidatas, que ficou com a carismática Miss Santa Catarina Aysha Rubio, que exalou confiança em todas as suas entradas na passarela. Já o prêmio do júri popular, obtido por votação on-line, ficou com a belíssima Miss Amazonas Nathália Lopes.
Apresentações, glamour e sensação de dever cumprido
O retorno do Miss Gay na casa nova, o Terrazzo, depois de anos de realização no Sport Clube e edições no Cine-Theatro Central, ficará marcado por noite de performances diversas e impressionantes, surpresas e muito glamour, mas sobretudo, um evento alegre, positivo e que transbordava diversidade, como avalia o diretor artístico André Pavam.
“A sensação é de dever cumprido e de felicidade. É encantador ver essa plateia eclética. Estamos em um evento gay e aqui vi senhoras, famílias, pessoas de todo jeito se divertindo, com os olhos brilhando e o coração batendo. A gente está aqui para realizar arte e ver esse brilho nos olhos das pessoas dá a certeza de que fizemos o que tinha que ser feito”, afirma André. “Foi uma festa com glamour acima da expectativa, nas candidatas, na estrutura do lugar, na ambientação, olha este palco, com luzes de cristal de 15 metros! (risos)”.
Marcelo do Carmo, consultor executivo do evento, faz coro com André, ressaltando o sucesso da noite e o poder de alcance do Miss Gay como evento. “Meu pensamento é de que a força do evento se mantém e esta sementinha que estamos plantando recomeça a história do Miss Brasil Gay em um espetáculo maravilhoso, de reposicionamento, reformulação, mas de grande sucesso. A cobertuda de mídia que tivemos antes e durante toda a realização foi impressionante”, pondera Marcelo.
Entre os desfiles, o público foi à loucura com a apresentação de artistas LGBTTI de diversas gerações e vertentes, além das trocas de figurinos dos apresentadores Ikaro Kadoshi e Érica Salazar, que brincaram com os conceitos de masculino e feminino no figurino.
Jane di Castro foi uma das estrelas da noite, ladeada por performers que prestaram homenagem a ícones de diversas épocas, estilos e identidades, de Lisa Minelli a Anitta, de Pabllo Vittar a Whitney Houston, de Beyoncé a Elis Regina (ambas faziam o coração saltar à boca), sem falar no número de encerramento protagonizado pela Miss Brasil Gay 2009, a aplaudidíssima Ava Simões.