Refundação das legendas não é um simples exercício de tirar a cadeira da sala

Por Paulo Cesar Magella

06/08/2017 às 06h00 - Atualizada 05/08/2017 às 17h33

Novo discurso
Palavra da moda no dicionário dos partidos, a refundação das legendas, como pregam alguns cardeais políticos, não é um simples exercício de tirar a cadeira da sala. No decorrer da semana, tão logo encerrou na Câmara a denúncia contra o presidente Michel Temer, líderes do DEM – a começar pelo seu principal nome, deputado Rodrigo Maia – defenderam a refundação do partido, inclusive de nome, para acolher novos representantes, cerca de dez deputados oriundos do PSB. Os tucanos até anteciparam suas convenções para discutir seu programa de governo e o perfil do seu candidato a presidente. O grupo mais à esquerda do PT chegou a ameaçar pular fora, mas deu um tempo na pretensão. Tais inflexões, no entanto, não convencem. O cientista político Paulo Roberto Figueira observa que o problema da refundação tem se limitado à mudança de nome, para retirar nódoas da imagem do passado e para o acolhimento de novos filiados. “Não se trata efetivamente de uma proposta nova nem tampouco de um processo sério de autocrítica – o mesmo vale para todos os demais partidos de grande porte”, destacou.

Sem as ruas
Na avaliação do professor Paulo Roberto, “sem uma efetiva compreensão dos motivos que distanciaram as siglas (assim como as instituições políticas) das reais demandas de segmentos da sociedade não será possível dar passos adiante. Que instrumentos as legendas utilizarão para se abrirem à participação de setores sociais hoje afastados da política?”.

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Marqueteiros
Ainda afirma o cientista político: “De que modo se democratizarão e tornarão suas decisões mais horizontalizadas? Como efetivarão um processo sério de escuta e de interlocução com a sociedade – por exemplo, da juventude que hoje majoritariamente abomina a política institucional? Essas são as questões relevantes, não os nomes definidos por marqueteiros”.

Bom pagador
Já está publicado no Diário Oficial do Estado – “Minas Gerais” – decreto do governador Fernando Pimentel estabelecendo desconto para os contribuintes do ICMS que mantiverem em dia o pagamento do imposto e dos demais tributos estaduais. O objetivo, segundo justificativa do Governo, é “incentivar a adimplência, inibir a sonegação fiscal e premiar o bom pagador dos impostos”. Serão beneficiados os contribuintes que apuram o ICMS pelo regime de débito e crédito – exceto os optantes pelo Simples Nacional e microempreendor individual – e que estejam em situação de total adimplência com a Fazenda.

Paulo Cesar Magella

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