Políticos de Juiz de Fora se dividem no caso Temer

Por Tribuna

04/08/2017 às 07h00 - Atualizada 03/08/2017 às 20h45

Voto juiz-forano

Sem surpresa, os deputados juiz-foranos confirmaram o voto antecipado pela Tribuna: Júlio Delgado e Margarida Salomão contra o presidente Michel Temer e Marcus Pestana a favor do arquivamento da denúncia do procurador-geral da República. Não fugiram, sequer, ao enredo na hora de declarar o voto, salvo Pestana, que incorporou o mote da bancada tucana, que contrariou o seu próprio líder. “Não dá mais para o país ficar à mercê de uma crise permanente em busca de um novo presidente em tão pouco tempo. O país carece de reformas, e é isso que deve ser feito daqui por diante”, justificou. Pestana e Margarida, nessa ordem, votaram simultaneamente. Júlio, por ordem alfabética, foi o primeiro dos três a se manifestar.

Pós-votação

O problema tucano, porém, não se esgota na votação do caso Temer. A bancada, a despeito dos discursos de unidade daqui por diante, rachou na votação. O encaminhamento do líder, Ricardo Trípoli, a favor da denúncia não surpreendeu, mas incomodou, pois ele, certamente, não falava sozinho, explicitando uma posição de rompimento encabeçada pelo Movimento Mário Covas, que prega a renovação do partido. O grupo questiona a permanência do PSDB no Governo e entende que, se não mudar, terá sérias perdas nas eleições do ano que vem.

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Refundação

A palavra de ordem, agora, é refundação. Pelo menos esse é o mote do DEM, que saiu prestigiado na votação da denúncia de Janot por conta do desempenho do deputado Rodrigo Maia, presidente da Câmara. Como relatou à “Folha”, ele chorou num encontro com correligionários dizendo que não derrubou Temer por uma questão de caráter. O DEM deve receber dissidentes do PSB e já pensa, inclusive, em mudar de nome. Uma das propostas é Mude – Movimento de Unidade Democrática.

Desmobilização

Ao participar, nessa quinta-feira, na CBN Juiz de Fora, de entrevista no quadro “Pequeno Expediente”, o cientista político Paulo Roberto Figueira, da UFJF, não escondeu sua preocupação com a desmobilização popular, embora haja justificativa: o povo está nas ruas desde junho de 2013, passou por uma eleição polarizada, em 2014, na disputa Dilma e Aécio, e viu a campanha do impeachment da presidente, seguida, agora, pelo “Fora Temer”. Mesmo assim, considera a via política o espaço adequado de transformações, não vendo outro caminho fora dela.

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