Polícia apresenta suspeitos de atirarem contra jovens em baile funk

A Polícia Civil apresentou nesta segunda-feira (17) três suspeitos de participação em dupla tentativa de homicídio durante um baile funk no Centro. Os envolvidos, dois de 22 anos e um de 19, estão no Ceresp. Os crimes ocorreram em momentos distintos, na madrugada do dia 18 de junho, no evento realizado em um clube na parte baixa da Rua Benjamim Constant. Um dos baleados, 19, continua internado no HPS em estado grave. O outro, 20, foi atendido na unidade e liberado um dia depois.

O baile começou às 23h do dia 17 e terminou de forma trágica na madrugada do dia seguinte. A primeira tentativa de homicídio, registrada por volta de 1h, teria ocorrido por desavença anterior ao evento. A vítima mais velha estava acompanhada do irmão e de um amigo quando avistou os desafetos. “Logo iniciou a discussão, e um dos suspeitos puxou a arma e atirou no braço da vítima”, disse o delegado responsável pelo caso, Rodrigo Rolli. O rapaz foi levado de táxi para o HPS. Ele e a dupla que o acompanhava reconheceram o atirador e seus comparsas. Conforme Rolli, o baile não foi paralisado, e os suspeitos não foram retirados do ambiente. Por volta das 3h, eles teriam se envolvido em outra tentativa de homicídio.

De acordo com o registro policial, uma equipe da PM que fazia patrulhamento na região avistou dezenas de pessoas correndo pela Rua Howian e gritando que um indivíduo havia sido atingido por disparos. Os policiais entraram no clube e encontraram a vítima mais nova caída no chão com intenso sangramento. O jovem foi baleado na cabeça e no tórax, sendo internado no CTI do HPS, onde permanece em estado grave, conforme informou a Secretaria de Saúde nesta segunda. O trio não foi preso na madrugada dos crimes, sendo que um dos suspeitos chegou a postar fotos e mensagens em uma rede social se vangloriando das ações delituosas. Este material faz parte do inquérito policial, que já possui mais de 200 páginas.

Prisões
Após investigações, a Polícia Civil, mediante mandado de prisão, capturou os envolvidos nos bairros Vila Esperança II, Santa Cruz e Benfica, todos na região Norte da cidade. A ação ocorreu entre sexta e sábado da última semana. As apurações prosseguem para desvendar como armas e drogas entraram no clube, uma vez que os frequentadores teriam que ser revistados na porta. Segundo o delegado, a locação do espaço é feita por integrantes do Conselho Deliberativo do clube, que, por sua vez, subloca para outras pessoas. “Estamos avaliando outras responsabilidades, inclusive, a dos representantes da casa e dos organizadores do evento. Eles podem responder por tentativa de homicídio culposo por negligência e imprudência.”

Conforme o delegado, a segurança no clube, onde estavam cerca de 600 pessoas, era feita por seis vigilantes de empresas distintas. “É completamente desproporcional e demonstra a falta de técnica para atuar em eventos deste tipo”, finalizou.

Nos próximos dias, a Polícia Civil irá representar pela prisão preventiva dos suspeitos, que já cumprem prisão temporária. Os três estão no Ceresp à disposição da Justiça.

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