Arraiás solidários integram instituições e comunidades no fim de semana
Além de lazer, eventos ajudam a angariar recursos para entidades assistenciais
As festas julinas permitem uma mudança na rotina de algumas instituições da cidade. Neste fim de semana, pelo menos seis delas recebem outras cores, cheiros, sons e sabores, além da visita dos atendidos e de outros visitantes. As atrações sazonais trazem a possibilidade de integração com a comunidade, permitindo a troca e a construção de vivências diferenciadas para ambos. Para os moradores do Lar de Idosos Luiza de Marillac, que recebe o público no Instituto Dom Orione, por exemplo, é uma oportunidade de promover o diálogo entre as diversas idades.
“Além de angariar verba para custear a obra da nova cozinha da instituição, o objetivo do evento é promover a socialização dos idosos com a comunidade. Esse é um ponto importante, já que o Lar Luiza de Marillac busca promover, através de atividades culturais e recreativas, a igualdade nas relações”, diz a diretora geral, Sônia Perdigão Neves. A festa conta com uma apresentação de quadrilha dos idosos; com barracas de produtos típicos, como caldos, doces e cachorro quente; e com brincadeiras voltadas para o público infantil. Em um dos estandes, as artesãs do lar expõem e vendem seus trabalhos. O recurso obtido será investido na continuação das obras que visam a melhoria da infraestrutura das moradias. No Bairro Santa Luzia, Zona Sul, a Creche Comunitária Arco Íris recebe a comunidade e as famílias das 53 crianças atendidas. A instituição recebe doações de alimentos como salsicha, cheiro-verde, pimentão, mandioca, tomate e cebola, entre outros, para a festa que também contará com brincadeiras, como a tradicional pescaria. “Fazemos essa festa todo ano, é um momento importante para entrosar pais, crianças e familiares com a comunidade do bairro. Conseguimos chamar a atenção das pessoas para a história da nossa instituição, que é a primeira creche comunitária da cidade”, diz a coordenadora pedagógica Mary Leila Gonçalves Viana Lopes. Segundo Mary, os recursos arrecadados durante a festa serão destinados à ampliação do espaço. Com as melhorias na infraestrutura, a instituição poderá atender mais crianças. “Recebemos pedidos de cercar de dez pais e mães por dia precisando de vagas e não podemos atendê-los por conta da limitação do espaço físico”, diz Mary Leila.
Na Zona Norte
No lado oposto da cidade, na Zona Norte, a Casa do Pequeno Jardineiro também recebe a população para sua festa julina. Com alimentos e brincadeiras tradicionais da época, é a primeira vez que o projeto abre a festa para a comunidade. O dia e o horário (ver quadro) também foram escolhidos para que as famílias dos meninos e meninas de 7 a 17 anos possam estar presentes. “Eles experimentam o sentimento de pertencimento na comunidade, tendo a consciência de que é preciso preservar e participar para que o trabalho continue”, diz a coordenadora Giuliana Almeida. Ela ressalta que as atividades do projeto foram sendo modificadas com o tempo. O que antes daria uma profissão a esses meninos e meninas, hoje traz uma formação sócio-educativa mais ampla, com fortalecimento de vínculos e com abordagens que vão da prevenção contra álcool e outras drogas ao protagonismo juvenil, passando por questões como diversidade racial, sexual, independência financeira e civilidade. Também no caso deles, a renda será convertida na estrutura e na compra de materiais didáticos.
Outras instituições também aproveitam as festas para promover a socialização e a solidariedade. Como o Colégio dos Jesuítas, que organiza um arraiá em prol da Associação Feminina de Prevenção e Combate ao Câncer de Juiz de Fora (Ascomcer). A Associação de Livre Apoio ao Excepcional (Alae) promove dois dias de festa, levando atrações para a Praça do Bom Pastor, Zona Sul; e a Creche Comunitária Antônio e Geny Barbosa promete apresentar o talento das crianças na dança da quadrilha, também em dois dias de festa, no Bairro Santa Cruz, Zona Norte.