Cinema negro ganha destaque em exibições no Mamm

Mostra reúne dez filmes produzidos no Brasil, Estados Unidos e países da África


Por Tribuna

05/07/2017 às 18h36

Por Gláucia Simas, estagiária, sob supervisão Wendell Guiducci 
O curta “Alma no olho”, de Zózimo Bulbul, é considerado o precursor do cinema negro do Brasil. Foto: divulgação

Nesta quinta-feira (6), o Museu de Arte Murilo Mendes (Mamm) estreia a mostra ”Travessias – Cinema negro das Américas e de produções audiovisuais africanas”. O projeto tem o objetivo de unir várias formas de expressão artística num processo de travessia entre as artes. Por isso, algumas sessões serão precedidas de performances com coletivos de Juiz de Fora.

Na estreia, serão exibidos o curta “Alma no olho”, de Zózimo Bulbul, considerado o precursor do cinema negro do Brasil, e o longa “Amor maldito”, de Adélia Sampaio, admitido como primeiro filme dirigido por uma mulher negra no país. As sessões vão até 24 de agosto, sempre às quintas-feiras, às 19h, e têm classificação etária livre. A entrada é franca.

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O filme de Bulbul retrata, silenciosamente, o processo de colonização e diáspora do povo negro, através da interpretação gestual do próprio diretor que o protagoniza. Já “Amor maldito” conta o romance entre as personagens Sueli (Wilma Dias) e Fernanda (Monique Lafond), que se apaixonam e decidem morar juntas. Porém, o relacionamento é abalado pela gravidez e morte de Sueli, cuja suspeita de assassinato recai sobre Fernanda.

A curadoria da mostra é da professora do Instituto de Ciências Humanas da Universidade Federal de Juiz de Fora, Fernanda do Nascimento Thomaz.

Sempre às 19h no Museu de Arte Murilo Mendes (Rua Benjamin Constant 790 – Centro)

Programação

6 de julho
Performance com o Laboratório Descolônia do Instituto de Artes e Design da Universidade Federal de Juiz de Fora.
“Alma no olho”
De Zózimo Bulbul (12min), 1973, Brasil
“Amor maldito”
De Adélia Sampaio (1h 16min), 1984, Brasil

13 de julho
“Camp de Thiaroye”
De Ousmane Sembène (2h 33min), 1988, Senegal

20 de julho
Performance com o Grupo de Artes Cênicas As Ruths
“Faça a coisa certa”
De Spike Lee (2h), 1989, Estados Unidos

27 de julho
“Drum”
De Zola Maseko (1h 34min), 2004, África do Sul

3 de agosto
“La noire de …”
De Ousmane Sembène (1h 5min), 1966, Senegal

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10 de agosto
Performance com o Laboratório Descôlonia do Instituto de Artes e Design da Universidade Federal de Juiz de Fora
“Afrodites”
De Renata Dórea (21min), 2016, Brasil
“Phatyma”
De Luiz Chaves e Paulina Chiziane (10min), 2010, Moçambique

17 de agosto
“Cairo 678”
De Mohamed Diab (1h 40min), 2010, Egito

24 de agosto
“Libertem Angela Davis e todos os presos políticos”
De Shola Lynch (1h 42min), 2014, Estados Unidos

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