Universo monstruoso
Hollywood é aquele mundinho onde (quase) nada se cria e tudo se copia, ganha reboot, remake e/ou vira franquia. Com o sucesso do Universo Cinematográfico da Marvel, a moda agora é criar franquias que estejam interligadas: a Warner/DC Comics, maior concorrente da Marvel na área, tenta acertar o tom do mundo habitado por Superman, Batman e Mulher-Maravilha; a própria Warner, ao lado da Legendary, já iniciou seu universo de monstros com Godzilla e King Kong, que vão se reencontrar na tela grande em 2020. Aí foi a vez do Universal Studios dar uma de Paula Toller, perguntar “por que não eu?” e tirar da cartola um universo habitado pelos monstros e vilões clássicos que pertencem ao estúdio, entre eles Drácula, Frankenstein e o Homem Invisível. O primeiro deles, “A Múmia”, volta aos cinemas a partir desta quinta-feira com a missão de ser para o Universal o que o Homem de Ferro foi para a Marvel há quase dez anos.
O longa dirigido por Alex Kurtzman (roteirista de “Star trek”) tenta atualizar a história do personagem imortalizado na tela grande por nomes como Boris Karloff (no primeiro dos filmes, de 1932) e Christopher Lee (em 1959), além de interligá-lo a outras figuras do universo do terror. Desta vez, porém, quem interpreta o/a personagem é a franco-argelina Sofia Boutella, sinal dos novos tempos de empoderamento feminino. Para ajudar a puxar a bilheteria, o escolhido foi Tom Cruise, com o astro de “Missão: Impossível” interpretando o nada confiável Nick Morton, sujeito de poucos escrúpulos que, sem querer, descobre em pleno Egito a tumba da Princesa Ahmanet (Boutella), que até então era considerado um mito egípcio.
Apesar dos protestos e avisos da arqueologista Jenny Halsey (Annabelle Wallis), Nick retira o sarcófago da múmia do seu local de descanso (ou seria prisão?).
E aí o bicho pega. O avião em que o sarcófago era levado para a Inglaterra é derrubado por uma revoada de pássaros, Nick Morton dá uma de Etahn Hunt (invencível e indestrutível personagem de Cruise em “M:I”) e salva a arqueologista, mas morre na queda do avião. Só que ele volta dos mortos, musculoso e depilado, ao mesmo tempo em que Ahmnet vai recuperando seus poderes a fim de transformar o mundo à sua feição. E quem vai explicar tudo para o apalermado Morton será o Dr. Henry Jekill, interpretado por Russell Crowe, que serve como conexão para o que virá por aí caso “A múmia” seja um sucesso.
De Frankenstein a Homem Invisível
O Universal está apostando alto e com grandes planos para o seu Universo de Monstros. A galeria de personagens clássicos que pode entrar nesse mundo é de peso e pode ser considerado uma espécie de “Vingadores do Mal”: além da Múmia, que desta vez ganhou uma versão feminina, fazem parte do “time dos pesadelos” do estúdio vilões e seus antagonistas como o Conde Drácula, Lobisomem, Van Helsing, Frankenstein, Homem Invisível, o Fantasma da Ópera, a Noiva de Frankenstein, o Monstro da Lagoa Negra, Dr. Jekyll e Mr. Hyde (que aparecem em “A Múmia”) e o Corcunda de Notre Dame. A ligação entre esses personagens seria feita por meio do Dr. Jekill e uma organização secreta chamada Prodigium, encarregada de encontrar os principais monstros do mundo.
O próximo longa a ser lançado é “A Noiva de Frankenstein”, previsto para estrear em 14 de fevereiro de 2019, com Bill Condon na direção e Javier Bardem como o Monstro de Frankenstein. O sonho do Universal Studios era ter Angelina Jolie como a Noiva de Frankenstein, mas nada foi confirmado. Quem já fechou contrato foi Johnny Depp, que irá interpretar o Homem Invisível. Outro sonho do estúdio era ter Dwayne Johnson como o Lobisomem.