Novos caminhos


Por Tribuna

14/05/2017 às 07h00

Entre as muitas discussões sobre a terceira idade é possível considerar que houve avanços substanciais, frutos de campanhas de conscientização e do envolvimento de vários segmentos, inclusive políticos, na discussão do tema. Os legislativos, entre eles o de Juiz de Fora, criaram comissões especiais de idoso para agilizar projetos e outras ações que acabam funcionando como mecanismos de pressão sobre as instâncias de poder, obrigando-as a implantar políticas públicas mais eficazes.

Com o aumento da expectativa de vida, a sociedade precisa mudar seus conceitos, o que, mesmo de forma lenta, já vem ocorrendo, uma vez que essa mesma população ainda é um ativo importante na sociedade, não apenas como provedor de lares, mas também no mercado de trabalho. Se, antes, aos 50 anos, as pessoas já eram vistas como velhas, esse cenário mudou. Hoje, é possível considerar essa idade como um dos períodos mais férteis, por acumular, entre outras qualidades, a experiência.

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A própria medicina evoluiu e o tratamento do idoso não começa quando ele vira o patamar da terceira idade. Os jovens já estão na mira dos profissionais, pois é quando se prepara para a velhice. Mas esses mesmos jovens precisam ser advertidos de que passar dos 60 não significa fim da linha. E aí que entra outro fator: o respeito. A população ainda não está de toda envolvida na necessária compreensão dessa relação. Nos ônibus lotados, especialmente no horário de pico, ainda é possível ver jovens e adolescentes usando a velha artimanha do fone no ouvido, fingindo cochilar, para não ceder o lugar. Desconhecem que um dia serão eles do outro lado da fila.

Entre os muitos trabalhos sobre a terceira idade, chama a atenção o livro Mortais, do médico indiano, residente nos Estados Unidos, Atul Gawande, que trata o tema sob outra ótica, relatando as muitas experiências com abrigos para idoso. Mas o ponto que mais chama a atenção é quando adverte que a medicina, em vez de focar apenas no viés da cura, deve abordar também a finitude, algo que, sobretudo no ocidente, ainda não é discutido com profundidade.

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