JF Imperadores une equipes de cinco modalidades em projeto de crescimento meteórico
Futebol americano (FA), rugby, flag football, beisebol e handebol. Em apenas três meses de fundação, o Juiz de Fora Imperadores – resultado da união entre as equipes de FA da cidade, JF Mamutes e Red Fox – já é integrado por cinco times de diferentes modalidades, disputa competições e reúne, ao todo, mais de 200 atletas. A Tribuna reuniu representantes de cada uma das equipes para explicar a formação, objetivos e próximos compromissos desse projeto que em pouco tempo já se destaca no âmbito administrativo na área e idealiza a “expansão do império”.
Só neste fim de semana, três das cinco equipes têm jogos agendados. Hoje, a JF Imperadoras Handebol inicia a disputa da Copa Goianá da modalidade, na cidade vizinha, com primeiro duelo às 10h diante do time da Medicina/UFJF. A competição se estende até amanhã, com participações de Rio Pomba, Leopoldina e Goianá. Domingo também é dia do Marfins Beisebol disputar triangular no Aero Clube de Volta Redonda (RJ) contra os donos da casa e o Valley Saints, time de Guaratinguetá (SP). O torneio começa às 9h. Por fim, às 14h, o JF Imperadores Rugby faz sua última partida pela Copa Fluminense, diante da UFF, em Maricá (RJ).
O império
Presidente do conglomerado esportivo, Laércio Azalim foi um dos responsáveis pela iniciativa. “O esporte amador local está um pouco abandonado em aspectos de administração. Os times jogam sem ter um objetivo claro de competitividade. O que estamos fazendo é juntar essas iniciativas, que a princípio são embrionárias, e tentar transformar esse cenário em algo administrativamente viável. Estamos querendo criar um produto só com todas as modalidades, embalar e vender”, esmiúça.
Tudo começou na união do JF Mamutes com o Red Fox. Atleta do JF Imperadores de FA, o linebacker Weider Delpenho da Silva, 25 anos, reitera a evolução já obtida com o projeto. “Estamos crescendo muito, além do que imaginávamos inicialmente. A parte de marketing já está organizada pela diretoria, então nos preocupamos apenas com o desempenho em campo. Se a pessoa tiver que se preocupar com fatores extra-campo, não vai render o que pode.” A equipe ainda irá disputar a semifinal da Copa Minas no dia 3 de junho, sem local e adversário definidos até o momento.
Cada time possui um diretor, além de outros profissionais alocados em funções definidas de acordo com suas características ou ocupações em empresas. “O grande X da questão é acreditar nas pessoas, o que fazemos muito bem desde a época de JF Mamutes. Temos advogados formados, contadoras, enfermeiros, médicos que fazem parte do projeto e nos auxiliam nesses serviços também. Possuímos um nutricionista para todo mundo, assim como personal trainer. Exploramos isso para que os dois lados ganhem”, relata o mandatário.
Todo o planejamento gira em torno da otimização da captação de patrocinadores. “Muita gente reclama de falta de apoio, mas também não possui uma organização em que a iniciativa privada veja o esporte como algo lucrativo. Só com investimento e recursos que conseguimos criar equipes competitivas. A intenção dos Imperadores é fazer com que essas equipes, que têm conhecimento técnico e tático, possam crescer à medida que a gente viabilize essa captação”, analisa Laércio.
Meninas do flag football se preparam para amistoso
A equipe feminina JF Imperadoras Flag Football vem ainda da época do JF Mamutes. Diretora do time, a empresária Isadora Milagres, 27 anos, relembra que “as meninas começaram treinando no Montesinas e chamaram as namoradas dos atletas dos Mamutes. O projeto foi evoluindo, e passamos para o mesmo campo, da Ferroviária, até virar Imperadoras. Agora, estamos fortalecendo a divulgação, porque muita gente não conhece a modalidade. E para a parte masculina estamos agregando os meninos do FA em nossos treinos e inclusive montando times para jogar conosco, porque realmente não conhecem e acham ser uma modalidade mais básica, o que não é. Tem apenas mais corrida”, explica
A modalidade é similar ao FA. A diferença fundamental está no contato, chamado de tackle, substituído pela retirada da bandeira (flag), situada na altura da cintura das jogadoras. A proximidade com o popular esporte da bola oval atraiu a estudante de ciências biológicas Juliana Siqueira, 20. “Acompanhava muito futebol americano porque meu namorado treina no JF Imperadores. E gostei muito. Quando surgiu a oportunidade de entrar no flag em um time feminino, passei a jogar. A convivência entre as meninas é muito legal, assim como poder fazer novas amizades.” As Imperadoras finalizam os preparativos, agora, para amistoso na cidade no próximo dia 27, contra o BH Eagles, da capital mineira.
JF Imperadores Rugby busca vitória contra a UFF
Equipe tradicional na cidade, o JF Rugby também passou a fazer parte da crescente iniciativa, logo após anunciar o retorno aos campos para a disputa do Campeonato Fluminense. No torneio, a equipe teve duas derrotas diante da oportunidade de enfrentar duas das principais equipes do país. “Estávamos há três anos sem disputar um campeonato estadual. Tentamos voltar algumas vezes mas, por muitos fatores, não conseguimos. Entre eles, a falta de atletas. E querendo ou não há um gasto grande de dinheiro. Para essa competição unimos nosso time com alguns jogadores de Nova Friburgo (RJ). Temos uma mescla de atletas que não jogam juntos, mas que foi essencial para a disputa. Neste domingo é contra a UFF, um time mais equilibrado ao nosso, em que realmente temos chance de vitória, após duas derrotas para Niterói e Rio Rugby. Vamos com o grupo completo, de 23 jogadores, o que não aconteceu antes, e estamos esperançosos”, conta Matheus Mota Toledo, 21 anos, estudante e auxiliar técnico da equipe, projetando a partida de amanhã, às 14h, em Maricá (RJ).
Questionado sobre o conglomerado esportivo, Matheus vê também parte de mudança cultural na área. “Esse projeto de unir alguns esportes ainda pouco conhecidos é fundamental. Hoje vivemos em um país preso ao futebol, que já não é tão grande como antes. Temos pessoas com físico para todos os esportes, e o rugby é democrático. Temos magros, gordos, fortes, fracos, e isso é o Brasil, uma mescla de culturas. E por essa mente fechada com o futebol, a divulgação acaba sendo atrapalhada.”
Equipe de handebol feminino em formação
Entre as cinco equipes, a de handebol é a que está em formação. De parceria recentemente consolidada, os primeiros treinos irão ocorrer a partir do próximo dia 21, em local ainda a ser divulgado. A diretora da equipe feminina, Joyce Magalhães Vieira, 27 anos, representante comercial, explica que o grupo foi formado “até o momento por ex-atletas locais, que passaram por clubes e times de Juiz de Fora. Organizamos uma partida para não ficar paradas e deu certo, então montamos o time.”
Interessadas
As interessadas devem entrar em contato com responsável pelos projetos no número (32) 99125-6373. Prestes a disputar os primeiros jogos, pela Copa Goianá de Handebol, a equipe tem atletas de todas as idades na categoria adulta. O espaço aos atletas inativos é um dos motivos da parceria com o JF Imperadores, segundo Joyce. “É um projeto recente, mas que vai agregar muito no esporte de Juiz de Fora. Todas as categorias que os Imperadores vêm trazendo são de esportes pouco valorizados. Então acredito que o projeto tem tudo para crescer e ajudar essas modalidades.”
Sim, a cidade também tem time de beisebol
Atualmente com 30 atletas, o Marfins Beisebol é outro projeto recente na cidade, como conta o estudante de Direito e treinador de arremessadores da equipe, Sávio Ribeiro de Souza, 22 anos. “Começamos a partir do antigo JF Mamutes. No projeto deles divulgaram que tinham a intenção de promover o beisebol em Juiz de Fora. A partir, me interessei. Começamos em outubro do ano passado e, desde então, passamos a treinar aos sábados, na Ferroviária. Com a formação dos Imperadores, passamos para a sede social do Tupi. Fizemos nosso primeiro amistoso no dia 26 de março, em Belo Horizonte, e viemos nos preparando para novos jogos. Nossa próxima partida é nesse domingo, quando jogaremos contra equipes de Volta Redonda e Guaratinguetá.”
O time, segundo Sávio, é o primeiro da modalidade em Juiz de Fora. A união se deu de forma natural pela relação construída entre os envolvidos e possibilidades de evolução de cada segmento do império. “A união desses esportes, relativamente pouco populares no Brasil, com certeza irá ajudar não apenas na divulgação, mas no conhecimento das modalidades. As pessoas acham o beisebol legal, mas não conhecem a regra, e essa união vai ser benéfica nesse sentido também.”