Coluna CR – 22-04-2017
Fala Quem Sabe
Tiradentes e o Museu Mariano Procópio
O óleo sobre tela Tiradentes Supliciado / Tiradentes Esquartejado, de Pedro Américo de Figueiredo e Mello (1843/1905), foi pintado em janeiro de 1893, em Florença, em 12 dias, onde o pintor residia. Criado um ano após o centenário da execução de Tiradentes é considerado o quadro mais perturbador da arte brasileira do século XIX e é um dos ícones do acervo do Museu Mariano Procópio.
Também integram o acervo do MAPRO, entre outras pinturas e desenhos, o óleo sobre tela Jornada dos Mártires, de 1928, de Antônio Parreiras (1860/1937); o óleo sobre tela Cabeça de Tiradentes, de 1928, de Décio Rodrigues Villares (1851/1931); o busto em bronze e madeira Tiradentes, de 1933, também de Décio Rodrigues Villares, produzido na Fundição Roberto e Bettini, e a escultura em gesso e pátina Plaudite, Cives!, do século XX, de Modestino Kanto (1889/1967).
A obra Tiradentes Supliciado foi restaurada no primeiro semestre de 1998 para ser exposta na Bienal de São Paulo. Vendida por Pedro Américo em 4 de outubro de 1893, por oito contos de réis, originalmente a tela esteve exposta na sala de sessões da Câmara Municipal até ser doada ao acervo do Museu Mariano Procópio, em 1922, para marcar o centenário da Independência do Brasil.
Já a tela Jornada dos Mártires foi encomendada a Antônio Parreiras por Luiz Barbosa Penna para a Prefeitura e é a representação da caminhada dos inconfidentes presos e acorrentados desde Vila Rica/Ouro Preto até o Rio de Janeiro, passando por Matias Barbosa, onde pernoitaram na Fazenda Soledade. A obra retrata a cavalo o poeta e jurista Tomás Antonio Gonzaga e o tenente-coronel da Cavalaria Auxiliar de Minas Novas Domingos de Abreu Vieira, que era paralítico, ajudado por seu escravo Nicolau, e a pé o conjunto dos demais inconfidentes.
(Jorge Sanglard é jornalista, gerente do acervo técnico do Museu Mariano Procópio e leitor convidado )
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