Especialista dá dicas para não cair em malha fina


Por Eduardo Valente

13/04/2017 às 18h42

De olho no fim do prazo para declaração, a especialista em Imposto de Renda Eliana Lopes adverte que o contribuinte precisa tomar alguns cuidados para não cair em descrédito com o Leão. Ela destaca que o Fisco recebe informações de muitas fontes, como bancos, imobiliárias, cartões de crédito e empresas pagadoras de salários, e monitora tudo o que é relatado.

Segundo ela, inventar gastos, omitir ou incluir dependentes não legítimos é um risco enorme. “Engordar os valores das despesas realizadas e deduzir custos com pessoas que não são dependentes pode levar a declaração para a malha fina. A Receita Federal tem um banco de informações grande, que cruza tudo o que é lançado no imposto. O contribuinte deve ficar atento e declarar as informações da maneira mais autêntica possível, para evitar problemas futuros com o órgão.”

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De acordo com a especialista, a omissão de rendimentos é o principal motivo de problemas com o Fisco. Mesmo que o trabalhador não tenha registro em carteira, no caso de prestador de serviço ou autônomo, ele é obrigado a declarar o imposto se atingir o valor mínimo exigido pela Receita. “Lembre-se de não deixar de forma nenhuma fonte de renda, como aluguel e pensão alimentícia, entre outras.”
Sobre doações de incentivos, Eliana informa que os órgãos responsáveis pela administração das contas de fundos dos direitos da criança, do adolescente e do idoso, Ministério da Cultura, Ministério dos Esportes e Agência Nacional do Cinema entregam à Receita a declaração de benefícios fiscais, em que estão relacionadas as pessoas físicas que fizeram doações de incentivo. “Tenha certeza que suas doações às instituições carentes estão corretas para não cair na malha.”

Já a despesa médica deve ser embasada por documentos, como recibos, transferências bancárias, boletos e cópias de cheques nominais, que comprovem os pagamentos. “Os gastos com hospitais, médicos de qualquer especialidade e exames laboratoriais, por exemplo, são dedutíveis quando restringirem aos pagamentos efetuados pelo contribuinte para o seu próprio uso ou o de dependentes relacionados.”

Segundo Eliana, aparelhos e próteses ortopédicas e dentárias exigem comprovação com receituário médico ou odontológico e nota fiscal em nome do beneficiário. Em relação às despesas com empregados domésticos, o alerta é que, este ano, só podem ser deduzidas as contribuições feitas pelo empregador ao INSS até o limite de R$ 1.093,77.

Outro equívoco que muitos cometem, diz, é esquecer de declarar alguns rendimentos por falta de experiência no processo. Nesse caso, o melhor a fazer é prestar atenção em todos os extratos e comprovantes de despesas, bem como verificar o que é aplicável ao imposto. Caso o contribuinte já tenha enviado a declaração ao IR com alguma informação errada, a retificação pode ser feita a qualquer momento. Eliana atua na plataforma on-line Imposto Rápido.

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