Em JF, Ciro não descarta disputa com Lula


Por Renato Salles

28/03/2017 às 20h46- Atualizada 29/03/2017 às 15h58

Em Juiz de Fora, Ciro Gomes visitou o Museu de Arte Murilo Mendes (Mamm) e o Memorial da da República erguido em homenagem ao ex-presidente Itamar Franco, no Centro, onde encontrou com o prefeito Bruno Siqueira (PMDB) e com o reitor da UFJF, Marcus David. (Foto: Divulgação/PJF)
Em Juiz de Fora, Ciro Gomes visitou o Museu de Arte Murilo Mendes (Mamm) e o Memorial da da República erguido em homenagem ao ex-presidente Itamar Franco, no Centro, onde encontrou com o prefeito Bruno Siqueira (PMDB) e com o reitor da UFJF, Marcus David. (Foto: Divulgação/PJF)

Cotado para a disputar a Presidência da República em 2018, empreitada que já tentou em 1998 e 2002, o ex-ministro da Fazenda e da Integração Nacional, Ciro Gomes (PDT), esteve em Juiz de Fora nesta terça-feira (28). A visita atendeu a convite da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), onde o ex-governador do Ceará ministrou a aula inaugural do atual período letivo, que teve como temática “A crise econômica e perspectivas da educação brasileira”. Antes da solenidade, Ciro atendeu à imprensa e, como não poderia deixar de ser, abordou o cenário político nacional. Ele afirmou que foi mal-interpretado quando afirmou que não teria vontade de ser candidato caso Lula disputasse as eleições e não descartou um embate eleitoral contra o petista.

“O que disse é que meu partido, o PDT, é quem vai definir se sou ou não sou candidato em qualquer circunstância. Qualquer que seja a circunstância, se o partido decidir, serei candidato com todo o entusiasmo e procurarei o povo brasileiro com a viva intenção de apresentar um projeto novo para o Brasil.” Contudo, Ciro ressaltou que uma possível candidatura de Lula estressaria o jogo eleitoral, polarizando o pleito de forma raivosa. “Isto aperta muito o espaço para se apresentar algo novo. Toda a discussão será em torno do passado. Sobre quem fez isso, quem fez aquilo ou sobre quem foi corrupto ou não. Gostaria que isto não ocorresse no Brasil.”

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“Precisamos superar a desigualdade”

Sobre novos projetos, Ciro defendeu que o Brasil precisa de ações nacionais de desenvolvimento e fez um resgate histórico sobre os aspectos econômicos. Segundo o ex-ministro, nas últimas décadas, o país tem direcionado suas forças para enfrentar emergências. “Seja da superinflação, da redemocratização, do colapso cambial e da quebra da economia por três vezes no Governo Fernando Henrique (Cardoso, PSDB) e, agora, estamos administrando um golpe de Estado, que é claramente o caminho para onde estamos indo, na medida em que a falta de um projeto faz o país andar como um voo de galinha”, afirmou.

“Agora não tem mais saída. Precisamos celebrar um projeto cujo objetivo seja enfrentar e superar a desigualdade mais abissal do mundo, que é a nossa. Precisamos crescer a economia e administrar as tensões e contradições e riscos inerentes a isto”, considerou. Neste sentido, Ciro defende um projeto de crescimento que interrompa o processo de desindustrialização do país. “Tenho aqui um dado recente. A proporção da participação da indústria nacional brasileira em nosso PIB (Produto Interno Bruto) voltou em 2017 ao patamar de 1910, quando a indústria representava 9% do PIB. Isto é absolutamente insustentável.”

 

‘Aula magna’

A aula inaugural da UFJF aconteceu no complexo da Faculdade de Educação Física e Desporto (Faefid) e foi organizada pelo Instituto de Ciências Humanas (ICH) e pelo DCE. Antes, Ciro cumpriu outros compromissos e visitou o Museu de Arte Murilo Mendes (Mamm) e o Memorial da da República erguido em homenagem ao ex-presidente Itamar Franco, no Centro, onde encontrou com o prefeito Bruno Siqueira (PMDB) e com o reitor da UFJF, Marcus David. No momento em que Ciro chegou ao local, segundo a organização, cerca de três mil pessoas aguardavam o início da palestra.

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