Professores seguem em greve e levam reivindicações às ruas
Atualizada às 21h01
O Sindicato dos Professores de Juiz de Fora (Sinpro) iniciou a assembleia desta terça-feira (28) confirmando a adesão de 66% da categoria à greve. Eles reiteraram a indignação a respeito da aprovação do Plano Municipal de Educação (PME) na Câmara, durante a reunião, que terminou com a aprovação da continuidade da greve até sexta-feira (31), quando nova assembleia está prevista. A ideia é que a suspensão da greve seja votada, mas que o estado de greve permaneça e a paralisação seja retomada com mais força adiante. Os professores também votaram ideias como a criação de comitês nas escolas, responsáveis pela transmissão de esclarecimentos sobre o movimento aos pais e responsáveis, não só sobre o PME, mas também sobre a mobilização contra as reformas propostas pelo Governo federal.
O Fórum Sindical Popular também presente na assembleia convocou os docentes para integrarem o movimento unificado às 16h desta sexta-feira (31), considerado um aquecimento para a greve geral anunciada para 28 de abril. Há, segundo o fórum, a confirmação da participação de mais de 20 entidades sindicais e de classe para a manifestação em Juiz de Fora.
“Incorporamos as pautas nacionais, diante da situação de ataque aos nossos direitos, como as reformas Trabalhistas e da Previdência e a aprovação da terceirização”, pontuou o representante do Fórum, Flávio Bitarello. Após as votações, os professores seguiram em passeata em direção à Câmara, onde encontraram com representantes do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sindi-UTE), da Associação de Docentes do Ensino Superior de Juiz de Fora (Apes) e diversas outras entidades sindicais da cidade.
Eles se concentraram e saíram em marcha, proferindo palavras de ordem pela Avenida Rio Branco, por volta das 16h45. Os manifestantes seguiram pedindo a adesão dos trabalhadores do comércio, e das pessoas que esperavam nos pontos de ônibus, explicando as pautas e reivindicações. Mesmo com chuva, os participantes seguiram pela Avenida Getúlio Vargas e encerraram o ato por volta das 17h45, em frente ao Cine-Theatro Central. No trajeto, os participantes ocuparam a via, impedindo o tráfego. De acordo com a 30ª Companhia da Polícia Militar, cerca de 600 pessoas aderiram à marcha. O Sindi-Ute estimou a presença de 1.500 manifestantes.
No Estado
Os professores do Estado continuam paralisados por tempo indeterminado. Eles se reuniram na escadaria da Câmara para acompanhar a assembleia estadual em Belo Horizonte, também na tarde desta terça-feira. Um novo encontro está marcado para 6 de abril, após nova rodada de negociação com o Governo do Estado, dia 5. “O Governo Estadual abriu negociação e se propôs a pagar o reajuste do piso, a partir de julho e novas nomeações a partir de abril. No entanto, queremos esse pagamento imediato e retroativo. Não vamos aceitar que o Governo fique nos devendo mais três meses”, destaca a presidente do Sindi-UTE, Victória Mello. Com o adiamento da votação da reforma da Previdência, ela reforça que os professores terão um fôlego para se dedicar à greve geral.
Conselheiros tutelares
Conselheiros tutelares protocolaram nesta terça ação solicitando providências contra a paralisação do sistema de ensino em Juiz de Fora. Eles alegam que a greve está violando o direito fundamental à educação de crianças e adolescentes, uma vez que as escolas encontram-se totalmente fechadas. A ação foi protocolada na Promotoria de Justiça da Vara da Infância e Juventude. De acordo como conselheiro, Laurindo Rodrigues, a decisão foi tomada por 12 conselheiros em reunião realizada pelo órgão mensalmente. “Entendemos que não há pedido por parte do movimento de reposição salarial, nem de melhores condições de trabalho. A greve tem a ver com a reforma trabalhista e está mantendo escolas fechadas. Não estamos contra a manifestação, mas acreditamos que existem outras formas de protesto.”