Mobilidade urbana eficiente


Por José Luiz Britto Bastos, Especialista em Engenharia de Transportes

03/01/2017 às 08h35

Recentemente, uma emissora de TV local abordou a mobilidade urbana de Juiz de Fora. O tema, de fato, deve ser discutido, pois é perceptível que o trânsito da cidade está cada dia pior, indicando que soluções paliativas não vão resolver o que em breve poderá se transformar num caos.

Uma mobilidade urbana eficiente tem que passar pela busca contínua de melhorias. Nesse sentido o foco está em priorizar o transporte público de passageiros de alta qualidade.Reduzir o volume de automóveis em circulação nas ruas das cidades é condição precípua e impostergável. Trocar o automóvel pelo ônibus é o objetivo. Nesse sentido, a implantação de um sistema de transporte moderno e de maior capacidade, como o troncalizado – que por aqui já tivemos – é fundamental. O automóvel transporta em média 1,4 pessoas, enquanto que um ônibus convencional pode transportar até 80 pessoas. O carro ocupa um espaço 17 vezes maior que o ônibus, entope as ruas, impactando negativamente a mobilidade urbana.

PUBLICIDADE

Juiz de Fora tem hoje 600 mil e daqui a pouco um milhão ou mais de habitantes. A demanda por transporte público cresce exponencialmente, isso requer pensar a cidade com vistas a atender a crescente demanda por serviços, o que inclui a mobilidade urbana. Temos que priorizar, não somente, o transporte público, mas também o uso de veículos não motorizados (bicicletas), assim como dedicar tratamento especial aos pedestres, melhorando as condições físicas de seus deslocamentos a pé.

Implantado em diversas cidades do mundo, dentre outras: Rio de Janeiro, Curitiba, Bogotá, Cidade do México, Santiago do Chile, o sistema BRT (Bus Rapid Transit = Ônibus de Trânsito Rápido), utiliza ônibus articulados e biarticulados, com capacidades para: 165, 180/210, 270/300 passageiros, tais veículos, trafegam em corredores exclusivos, com frequência e regularidade de horários, prioridade na sinalização semafórica, embarque/desembarque em estações elevadas ao nível do veículo e passagens pagas por cartões magnéticos, além de tarifas acessíveis e informações aos usuários disponíveis em tempo real.

Frequência irregular, atrasos, pontos e ônibus lotados são situações constatadas pelos usuários do nosso atual sistema (recém-licitado) de transporte público, tais ocorrências nos remetem ao sistema anteriormente existente.

Pontes, viadutos, trincheiras, tecnologias, monitoramento do trânsito por câmeras, são medidas importantes e necessárias, mas a cidade requer e merece um sistema de transporte público moderno e mais versátil, que proporcione à população, conforto, rapidez e eficiência nos deslocamentos diários!

O conteúdo continua após o anúncio

Os comentários nas postagens e os conteúdos dos colunistas não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é exclusiva dos autores das mensagens. A Tribuna reserva-se o direito de excluir comentários que contenham insultos e ameaças a seus jornalistas, bem como xingamentos, injúrias e agressões a terceiros. Mensagens de conteúdo homofóbico, racista, xenofóbico e que propaguem discursos de ódio e/ou informações falsas também não serão toleradas. A infração reiterada da política de comunicação da Tribuna levará à exclusão permanente do responsável pelos comentários.