Novato de futuro


Por Guilherme Arêas

27/12/2016 às 07h00- Atualizada 27/12/2016 às 09h12

 Erik começou no kart aos 8 anos, e hoje, com 21 anos, é campeão de Marcas e Pilotos de SP na categoria Novatos (Foto: Fernando Priamo)

Erik começou no kart aos 8 anos, e hoje, com 21 anos, é campeão de Marcas e Pilotos de SP na categoria Novatos (Foto: Fernando Priamo)

Há dez anos a Tribuna registrava o promissor início de Erik Mayrink no kart. Hoje, aos 21, o estudante de engenharia mecânica automobilística acaba de se tornar campeão na categoria Novatos do campeonato Marcas e Pilotos de São Paulo disputando, em seu “celtinha”, oito de dez etapas no ano contra até 60 competidores na pista de todas as idades. O resultado premia todo o esforço iniciado antes mesmo de 2006, aliado à paixão que vem quase de berço.

“Sempre gostei de carro desde pequeno. Inclusive, meu pai gosta de dizer que a primeira palavra que eu falei foi carro. Nem papai, nem mamãe. Sempre colecionei carrinhos, gostei de assistir corrida e sonhava com isso. Quando eu tinha 6 anos meu pai comprou um kart para mim e iniciei uns treininhos. Comecei a participar de corridas com 8 anos e segui no kart até os 19, 20, participando de todas as competições que você possa imaginar, no Brasil e na América Latina”, conta Erik.

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Em 2016, o juiz-forano acumulou números que impressionam. Diante de tamanha competitividade, ele terminou cinco provas como líder e nove na segunda posição, conquistando sete vezes a melhor volta e duas pole positions. “Se você considerar os grids de 50 carros, com pilotos iniciantes, mas com muita gente experiente também, o fato de eu ganhar alguma coisa já é interessante. Muitos ali querem seguir carreira apesar de ser uma categoria de fácil acesso, mais barata. Eu diria que essa temporada foi muito boa, tanto é que já consegui patrocínio para no ano que vem correr categorias mais avançadas. Mas essa que disputei foi uma ótima escola para quem está saindo do kart ou para quem nunca andou. Foi um ano bom”, avaliou.

No início de carreira no kart, o jovem destaca a impossibilidade de realizar treinos em sua cidade natal pela falta de um kartódromo, como o Arena Kart, no Bairro Novo Horizonte, local das fotos feitas pela Tribuna. Hoje morando em São Paulo, o piloto volta a Juiz de Fora apenas para ver os familiares e, depois, pensar no próximo objetivo profissional. “Não tem autódromo aqui na região e, como moro em São Paulo, é prático ir para Interlagos. Então treino lá. Ano que vem vou participar de um campeonato que tem corridas em vários autódromos do Brasil e terei que viajar muito.”

De olho na Stock Car

O ano de 2017 reserva a Erik um novo carro, uma diferente categoria e desafios ainda maiores, desta vez por todo o país. Sereno nas análises, o piloto não busca pular etapas pelo sonho de disputar a Stock Car. “Existem várias categorias de Turismo no Brasil. Só que eu não posso simplesmente sair do kart e ir direto para a Stock Car, que é a mais alta no Brasil. Preciso de experiência. Se for para lá agora, vou tomar pau. Não tenho habilidade para isso. E existe uma série de etapas que a maioria dos pilotos segue, um caminho traçado, e aos poucos você vai evoluindo. Optei pelo Marcas (e Pilotos de São Paulo) por ser uma categoria de base. Agora que já fui campeão e consegui patrocínio para subir, vou disputar uma que chama Sprint Race.”

Erik diz que haverá muitas mudanças. “O ‘celtinha’, para você ter uma ideia, tem 160 cavalos de potência, mas pesa 700kg, então tem um desempenho absurdo. Mas na próxima categoria é um carro que tem motor V6 e 3.6, de 280 cavalos, então é mais bruto. Vai ser um degrau bem alto que vou subir.”

Cada pedal pisado, curva realizada ou ultrapassagem em prova terão como motivações sonhos ambiciosos, mas reais pela trajetória do vitorioso juiz-forano. “Quero ser campeão em todas as categorias que passar até chegar na Stock Car. Esse é o objetivo de todo piloto de automobilismo. Minha meta agora é ficar na Sprint até ser campeão. Quando eu conseguir ganhar as corridas, vou subindo até a Stock. Se tudo der certo, em dois anos chego. Mas tem muitas coisas por trás disso. É tudo movido a dinheiro. Posso ganhar uma corrida na Sprint e poder testar um carro em outra categoria. Tem piloto bom que fica preso em categorias mais simples porque não tem dinheiro. Tudo depende de patrocínio.”

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