Fim de ano


Por Renato Salles

23/12/2016 às 07h00

O clichê diz que as festas de fim de ano são momentos propícios para renovar esperanças. Hora de culpar o ano que se encerra pelo que deu errado e abraçar os próximos 12 meses à espera da redenção que nunca chega. Para os amantes do futebol, contudo, a época é de especulações, boatarias e de manchetes sensacionalistas. Em termos futebolísticos, o hiato entre Natal e Ano Novo é sempre uma pasmaceira repetitiva.

Daí, enquanto você esmaga o “F5” naquele site esportivo duvidoso, o celular começa a vibrar como um louco. Chega uma notificação: “você foi adicionado a um novo grupo no “zap” ou “você foi convidado para um evento no “feicibúqui”. A primeira reação é de repulsa. Mas você acaba se envolvendo. Em pouco tempo, confirma presença na pelada de fim de ano da galera – galera é bom, pois pode ser o povo da firma, do bar ou os amigos de infância.

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Quando menos se espera, você está contaminado. Convida desconhecidos íntimos para o grupo – ou evento. Xinga os ausentes antes de palpitar na divisão das equipes. A bola rola. Fiasco total. Poucos lembram os peladeiros atrevidos de anos atrás. Após uma ou outra jogada mais ríspida, o jogo acaba sem ninguém fazer ideia do placar real. “Foi um tantão pra nóis e um cadiquinho procês”, grita um engraçadinho.

A preocupação passa a ser a resenha pós-pelada. Leia-se: cerveja. Todas as malditas especulações sensacionalistas são colocadas à baila. “Esse ano foi ruim, mas ano que vem meu time vai ganhar tudo”, crava alguém mais confiante. Com as esperanças renovadas, todos riem. Assim, como as festas de fim de ano, a vida e a amizade são eternos clichês. Feliz Natal a todos!

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