Luizinho Lopes lança seu novo álbum


Por Tribuna

16/12/2016 às 07h00- Atualizada 16/12/2016 às 09h00

O cantor, compositor e violonista Luizinho Lopes lança neste sábado, às 11h30, o seu mais recente trabalho, “Falas perdidas”. O show será num formato novo para o artista: nas escadarias de entrada do Cine-Theatro Central, na Praça João Penido, dentro do projeto Central de Compositores. O repertório conta com a maior parte das canções do novo trabalho e algumas de seus discos anteriores. Acompanham Luizinho na empreitada o percussionista Bré Rosário e o violonista Daniel Drummond, além dos convidados Caetano Brasil (sopros) e as cantoras Juliana Stanzani e Bruna Marlière.

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“No sábado de manhã, uma semana antes do Natal, será a oportunidade de conquistar um público maior e diversificado”, acredita Luizinho.

Lançado por meio da Lei Murilo Mendes, “Falas perdidas” teve a maior parte de suas gravações entre setembro e outubro de 2015 no Estúdio Bê, de Bernardo Merhy, com produção e arranjos de Ricardo Itaborahy, e uma verdadeira legião de convidados entre os artistas da cidade: Dudu Lima, Marcus Ribeiro, Bruna Marlière, Toninho Ferragutti, Salomé Viegas, Caetano Brasil, Juliana Stanzani, entre outros. O trabalho, que originalmente tinha por título “Pontualmente às 3” – e que está presente no álbum -, mudou de nome, segundo Luizinho Lopes, devido ao momento político atual do país. “Estamos com as relações acirradas, muita violência oral, agressões… Senti que, além de ser poético, tinha a ver com o momento em que vivemos, enquanto o título antigo era mais lírico. Acho mais pertinente esse jogo de palavras na letra”, justifica.

Na composição solitária, o expurgo da dor

O quinto trabalho solo de Luizinho Lopes é marcado ainda por ser o primeiro em que o artista ficou responsável por todas as composições e letras, abrindo mão das parcerias que marcam sua carreira, fruto da necessidade que diz ter sentido de acentuar o seu lado de letrista e ter uma maior unidade entre as composições. “Eu tenho parceria com grandes poetas, como o Iacyr Anderson Freitas, o Luiz Ruffato, mas quis fazer diferente. Ter mais liberdade para mudar a ordem das músicas, colocar letras que tivessem a ver uma com a outra, abordar mais a poesia onde ela estava sendo engendrada.”

Com apenas duas músicas tendo marcado presença em seus álbuns anteriores (“Lume” e “Contando estrelas”), Luizinho Lopes pôde dar um sentido ainda mais pessoal às suas letras. “Algumas são mais antigas, mas esperei pela oportunidade de poder contar com um grupo de cordas (O Quarteto Bessler). As músicas mais recentes foram compostas numa fase muito difícil, de uma solidão que tive que encarar de uma forma que não havia enfrentado, pois me separei no fim de 2014. Passei por uma situação muito dolorosa, então as músicas foram uma tentativa de expurgar esse sentimento de tristeza. Foi muito bom para mim, pois hoje estou me suportando muito bem sozinho.”

E como o artista encara o desafio de expor seus sentimentos após tantas décadas de carreira? É mais fácil ou difícil? “Acho que quanto mais maduros ficamos como artista, mais eu sinto essa necessidade de ser ainda mais sincero comigo. A gente vai ficando um pouco menos velado, se abrindo mais. Ao mesmo tempo, a preocupação com a estética, a forma, aumenta. O grau de exigência aumenta na hora de fazer um trabalho desses, em que estou me expondo mais, mas também vamos perdendo o medo”, diz. “Me sinto na contramão de muitos compositores. Parece que vai ficando mais fácil compor agora, que passamos a saber fisgar melhor os sentimentos, a forma com que você segura esse caniço é que vai mudando: fica mais sutil, menos desesperada. E não deixa de ser uma baita diversão compor uma melodia, escrever uma letra… É como participar de um jogo que você sempre consegue vencer.”

LUIZINHO LOPES

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Show de lançamento do CD “Falas perdidas neste sábado, às 11h30, na escadaria do Cine-Theatro Central (Praça João Penido s/nº)

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