Exposição fotográfica joga luz sobre importância de adoção animal


Por Mauro Morais

19/11/2016 às 15h41- Atualizada 19/11/2016 às 15h46

Foto: Leonardo Costa
Foto: Leonardo Costa

Thor foi encontrado pela Polícia Militar bastante debilitado, vitimado por um tiro. Frida também foi achada abandonada, no meio do mato, sem mover as patas traseiras. Os dois cães sem raça definida, que outrora conheceram a realidade de descaso e crueldade, hoje compartilham dos cuidados que o dono Cláudio pode oferecer. A história, retratada em texto e fotografias, era uma das expostas na manhã deste sábado (19) na Rua Halfeld, diante do Banco do Brasil. Realizada pelo Canil Municipal de Juiz de Fora, a iniciativa que atraiu curiosos, militantes da causa animal e apaixonados por bichos é resultado do projeto “Amor não tem raça” e sensibiliza, justamente, por humanizar relações de afeto entre o homem e o bicho.

Assim como Thor e Frida, os cães Odete, Mel, Pit Catarina, Lilica, Bidu e Pretinho, além da gata Sofia, também têm seus “finais felizes” retratados na mostra que antecede a feira de adoção que acontece neste domingo (20), das 10h às 14h, na Praça do Bom Pastor, reunindo filhotes e animais adultos, vacinados e castrados. “Mesmo que o animal não seja doado, eventos assim garantem a visibilidade para o canil, que está bastante cheio atualmente”, aponta a chefe do Departamento de Controle Animal do Demlurb, Míriam Neder, uma ex-empresária que, ao abandonar o universo dos números, planejou mudar-se para a roça para ficar mais perto dos animais pelos quais luta há mais de duas décadas. Acabou aceitando o desafio para gerir a pasta e poder contribuir de forma ainda mais efetiva por uma causa que, segundo ela, tem ganhado novo e diferente espaço nos últimos anos.

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“Hoje a adoção animal tem despertado mais interesse. Antigamente havia muita resistência das pessoas com os vira-latas, mas atualmente isso está mudando. Mas ainda precisamos de muita divulgação. Se acostumarmo-nos a visitar o Canil Municipal, não será preciso que o canil faça eventos públicos, que tanto desgastam os animais”, aponta Míriam, indicando a boa fase do lugar: “O canil agora tem Parcão e novas baias, tem sala de banho e tosa, gatil e outras dependências reformadas. A situação melhorou muito, porém, abrigo não é lugar para os bichinhos. Precisamos de adotantes.”

Comportando cerca de 600 animais, entre gatos, cachorros (a esmagadora maioria) e cavalos, o Canil Municipal, segundo Míriam, vive tempos mais dignos no trato com os animais, já que aboliu o uso das carrocinhas e dispõe de convênio com três clínicas para tratamentos dos resgatados nas ruas. Eutanásia, antes um procedimento trivial e responsável pelo controle da população animal na cidade, só é realizada em casos extremos e irreversíveis, com indicação clínica. “Recolhemos apenas os animais que estão em situação de risco e resgatamos para cuidar”, diz. A dignidade total, no entanto, só quando esses bichos encontram um lar, como os visivelmente saudáveis Thor e Frida.

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