Menina de 6 anos ‘cultiva’ cabelo para crianças com câncer


Por Michele Meireles

26/10/2016 às 17h47- Atualizada 26/10/2016 às 19h29

Para muitos, cabelo grande é sinônimo de beleza e vaidade. Para a pequena Júlia Ferreira de Almeida, 6 anos, o significado dos fios longos é outro, e nobre: ajudar crianças que enfrentam o câncer a voltarem a sorrir. Depois de quatro anos sem serem cortadas, as madeixas, que passavam da cintura da garotinha, foram doadas na última terça-feira (25), para a Fundação Ricardo Moysés Júnior. O gesto emocionou funcionários e todos que presenciaram a boa ação e deixa uma lição: não tem idade para semear o amor.

A criança, moradora do Bairro Barbosa Lage, Zona Norte da cidade, surpreendeu os pais quando tinha pouco mais de dois anos, pedindo para deixar o cabelo crescer. “Nós morávamos em uma localidade próxima a Barbacena, a Júlia então viu na TV uma propaganda da Fundação Ricardo Moysés Júnior, onde apareciam criança carecas. Ela ficou curiosa e perguntou o motivo. Quando expliquei, ela disse que queria deixar seu cabelo crescer para que os meninos e meninas voltassem a ficar felizes. Se o mundo tivesse mais gestos assim, com certeza seria um lugar melhor”, comentou a mãe de Júlia, Sonimar de Almeida.

PUBLICIDADE

[su_youtube url=”https://www.youtube.com/watch?v=DSfYRLada_A”]

Desde então, a menina não cortou mais os cabelos. Foram cerca de quatro anos de espera, e muitos centímetros de cabelo. Quando escovados, os fios chegavam até os joelhos. A decisão de que chegou a hora de fazer a boa ação partiu da criança. O corte aconteceu na instituição onde ela estuda, a Escola Municipal Professora Eunice Alves Vieira, que fica em Barbosa Lage, durante uma ação voluntária promovida pela Escola de Cabeleireiros Shalon.

Muito tímida, Júlia falou sobre seu gesto. “Eu como muita verdura, por isso meu cabelo cresce forte. Estou feliz que vou poder ajudar um coleguinha. Me achei muito linda de cabelo curto”, comemorou Júlia. O diretor da escola, Vicente de Paula Almeida, elogiou a iniciativa. “Esse tipo de ação é muito importante, principalmente quando parte de uma criança tão pequena e tem o apoio dos pais. A escola está feliz de apoiar essa doação que, com certeza, é um exemplo, tanto para as outras crianças quanto para os adultos, do que é solidariedade e amor ao próximo.”

Após fazer o corte, a menina foi até a Ricardo Moysés Júnior, que fica no Bairro Cascatinha, Zona Sul, entregar seus cabelos.  Seu gesto motivou uma vizinha, que também cortou os cabelos e os entregou a Júlia. “Outras coleguinhas da escola também vão deixar o cabelo crescer e cortar para doar”, disse a menina. A diretora da Ricardo Moysés, Jane Moysés, ficou surpresa com a iniciativa. “Desde o ano passado fazemos campanhas para incentivar a doação de cabelos, mas um gesto como este, vindo de uma criança, é a primeira vez. É uma história que nos sensibilizou muito”, disse.

A próxima boa ação de Júlia começou no momento que seu cabelo foi cortado: ela vai deixar as mechas crescerem de novo para voltar a doar. “Quero deixar outras crianças animadas”, finalizou.

Você também pode ajudar
Se você também se inspirou com esta história e deseja doar seus cabelos, a entrega pode ser feita pessoalmente, das 9h às 17h. A Fundação funciona todos os dias e fica na Rua Francisco Vaz de Magalhães 12, Cascatinha. O telefone para contato é o 3229-0002.

O conteúdo continua após o anúncio

Conhece alguma iniciativa positiva realizada em Juiz de Fora ou região? Compartilhe com a gente. Encaminhe um e-mail com o assunto Bem JF para o minhatribuna@tribunademinas.com.br ou um inbox pela página da Tribuna no Facebook

Os comentários nas postagens e os conteúdos dos colunistas não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é exclusiva dos autores das mensagens. A Tribuna reserva-se o direito de excluir comentários que contenham insultos e ameaças a seus jornalistas, bem como xingamentos, injúrias e agressões a terceiros. Mensagens de conteúdo homofóbico, racista, xenofóbico e que propaguem discursos de ódio e/ou informações falsas também não serão toleradas. A infração reiterada da política de comunicação da Tribuna levará à exclusão permanente do responsável pelos comentários.