Renê Carlos e Gabriel Santos discutem em Santa Terezinha (leonardo costa)

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O 19 de outubro de 2015 ficou guardado na memória de cada carijó espalhado pelo mundo. O 19 de outubro de 2016, contudo, será rapidamente esquecido pelos torcedores alvinegros. Há exato um ano o Tupi conquistava o inédito acesso à Série B do Campeonato Brasileiro, após duas vitórias diante do Asa, por 2 a 0, em Juiz de Fora, e 2 a 1, no Estádio Coaracy da Mata Fonseca, em Arapiraca. É através de sentimentos despertados por memórias como esta que o Carijó busca, nos dias que antecedem o duelo contra o Sampaio Corrêa, sábado, às 17h, no Estádio Municipal Radialista Mário Helênio, o apoio do torcedor pela recuperação na Segundona.

Na vice-lanterna da competição nacional e com semanas conturbadas, de goleada para o Bahia, discussões entre atletas, diretores e membros da comissão técnica, o Tupi estuda ações de marketing para atrair os torcedores à primeira das últimas sete decisões do Galo no campeonato. O clube ainda não oficializou, mas tenta conseguir parceria para conceder gratuidades a crianças e mulheres para o duelo de sábado, além de vantagem aos sócio-torcedores que comparecerem ao confronto.

Ciente das dificuldades na tabela de classificação, a presidente Myrian Fortuna pede um voto de confiança ao juiz-forano. “Nesse período todo que estamos aqui fizemos várias campanhas para levar crianças, escolas, movimentos que nunca foram ao estádio. Levamos mais de 2 mil crianças neste período, algo que não foi divulgado. O Tupi tem um projeto social onde doa várias coisas à instituições. Então quero pedir ao torcedor esse respeito, confiança, e que vá ao estádio torcer, porque ir para lá para xingar os diretores, colocar faixa de ‘fora família’, vai estar trazendo que benefício se não foi lá para torcer? Li uma coluna na Tribuna em que o rapaz encerra pedindo para que ‘seja o que for, torça para o time da sua cidade, o Tupi de Juiz de Fora’. Então, independente de qualquer coisa, o Tupi precisa de seus torcedores e da comunidade de Juiz de Fora. Hoje nossa maior alegria é ver crianças falando que torcem para o Tupi.”

Incomodada com as críticas, como a falta de transparência e divulgação das finanças aos torcedores, visto que o clube adota a política de não divulgar os balanços financeiros à pessoas que não façam parte do Conselho, a mandatária reiterou o feito de um ano atrás como marca da gestão, diagnosticando as ofensas como “falta de conhecimento. Se a diretoria do Tupi não fosse competente ou não tivesse coragem, não estaríamos onde estamos. Então as pessoas que não conhecem, criticam. Vem aqui, falar que não temos planejamento, mas não vem oferecer nada. Então sei que é total falta de conhecimento.”

Bate-boca e confusão durante treino

O treinamento carijó na tarde de ontem foi marcado por um desentendimento entre o preparador físico do Galo, Renê Carlos, e o zagueiro Gabriel Santos, contido rapidamente pelo elenco. O profissional da comissão técnica alvinegra orientava o elenco à realização de exercícios físicos quando o bate-boca aconteceu. O defensor estaria, segundo Carlos, desatento às instruções, conversando paralelamente com outros atletas. Ao ter atenção chamada, o experiente beque respondeu em alto tom e chegou, em meio à ofensas, a avançar em direção à Renê, sendo parado pelos companheiros de equipe.

Prontamente o preparador pediu ao técnico Ricardinho e ao diretor executivo de futebol, Gustavo Mendes, o afastamento do atleta da atividade. A decisão foi abonada pelo comandante. Gabriel Santos conversou com Mendes e passou a treinar individualmente, enquanto o restante do grupo fazia atividade tática em campo reduzido sob comando dos auxiliares Rodrigo Pozzi e Julio Cirico. Ricardinho e Mendes tiveram longa conversa na arquibancada do Salles de Oliveira. O diretor executivo de futebol aguardou o fim do exercício para ouvir o preparador físico e, então, se posicionar sobre o assunto.

“Primeiro fiz questão de conversar com as duas partes e ouvir, o que é importante. Falo em nome da direção do clube. É absolutamente intolerável que dois profissionais discutam, berrem, se ofendam. Isso nos prejudicou, ao menos o trabalho específico que estava sendo feito, e isso é totalmente inadmissível. Disse isso aos dois profissionais envolvidos. Vou ser sincero, acho que a causa do que aconteceu se perde. Não tem razão para um lado ou outro. Estavam de cabeça quente, obviamente vou voltar a conversar com os dois e tomar as providências internas cabíveis. Mas o mais importante é que todos entendam que isso é intolerável mesmo que liderássemos o campeonato. No momento em que a gente vive só há malefícios. Espero que os dois entendam isso”, explicou Mendes.

Em declaração surpreendente, o capitão e um dos líderes da equipe, Rafael Santos, falou sobre o ocorrido, opinando que “isso mostra que esse grupo tem muita vergonha na cara. Se as coisas acontecem dentro do nosso treinamento é para melhorar o time. Essas discussões são normais no futebol. Muitas pessoas veem que isso é de um grupo que não está unido, mas não, acredito que isso tem que acontecer. Como foi com o Inter, em que os caras saíram na mão e no final de semana conquistaram a vitória.”