Condenados podem recorrer em liberdade


Por Sandra Zanella

02/09/2016 às 08h41

A empresária Maria Regina de Souza Fellet Delmonte, 43, e o vendedor Heitor da Silva Munch, 34, receberam o direito de recorrer em liberdade, conforme informou ontem o Tribunal do Júri. Eles foram condenados a 14 anos de prisão em regime fechado por homicídio duplamente qualificado no caso do professor Bernardo Tostes Cardoso de Paula Monteiro. Ele foi encontrado morto, aos 33 anos, amarrado na cobertura do apartamento da empresária, na Avenida Olegário Maciel, no Paineiras, em de 3 de junho de 2012. Ainda segundo o Tribunal do Júri, os réus têm cinco dias para entrarem com recurso junto ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG).

O julgamento teve início na manhã de terça-feira e foi finalizado apenas na noite de quarta, sendo considerado um dos mais longos da história de Juiz de Fora. A sessão foi presidida pelo juiz Paulo Tristão, que considerou a ausência de antecedentes criminais e a colaboração dos réus durante o processo para conceder a possibilidade de recorrerem em liberdade. Na época do crime, Maria Regina e Heitor chegaram a ser presos em flagrante, mas foram soltos dois dias depois.
Quando a Polícia Militar chegou ao apartamento naquela noite, Bernardo tinha os pés atados com um cinto, as mãos imobilizadas pela blusa da empresária e ainda estava sob uma mesa de madeira rústica. Em depoimento no Tribunal, os réus alegaram que apenas haviam tentado conter o professor, que teria tido uma espécie de surto violento, promovendo quebradeiras e agressões.

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Os advogados de defesa investiram na versão de negativa de autoria, na qual a causa da morte de Bernardo teria se dado por overdose causada pelo uso concomitante de cocaína e maconha. Um perito particular chegou a ser contratado para fazer a exumação do corpo durante o processo. O promotor Oscar Santos Abreu concordou que a morte da vítima teria sido provocada por asfixia, conforme atestou a médica legista do Estado responsável pela necropsia. Mas para ele, os réus não tiveram a intenção de matar: eles teriam agido em legítima defesa e segurado o pescoço de Bernardo em tentativa de contê-lo e, ao se excederam, causaram sua morte.

Já o assistente de acusação, Nelson Rezende Júnior, insistiu que a asfixia foi decorrente de uma esganadura dentro de um contexto homicida, uma vez que o professor foi encontrado amarrado e apresentava lesões pelo corpo.

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