Bebê encontrado em caixa de sapato era natimorto
Atualizada às 17h
O bebê encontrado dentro de uma caixa de sapatos no Bairro Jóquei Clube, na Zona Norte, era natimorto e tinha má formação, segundo apontou exame de necropsia realizado no corpo. A informação foi dada nesta quarta-feira (17) pelo delegado Rodolfo Rolli, titular da 3ª Delegacia Distrital. Agora serão avaliadas as hipóteses de aborto espontâneo, provocado ou realizado com a ajuda de terceiros. Conforme o delegado, a mãe já irá responder pelo crime de ocultação de cadáver.
Também na manhã desta quarta, a Polícia Civil obteve o depoimento do pai da jovem de 19 anos, que deu entrada, na manhã de segunda-feira, no Hospital São Vicente, no Bairro Granbery, com sangramento vaginal e ainda com o cordão umbilical exposto. Segundo o delegado, o homem alegou que a filha sofreu de problemas psiquiátricos há cerca de um ano. Ele afirmou, ainda, desconhecer o fato de ela estar grávida, até socorrê-la naquele dia. “Na segunda, ela passou mal, os pais perceberam, viram o colchão sujo de sangue e a encontraram desmaiada no banheiro.”
Conforme Rolli, ao ser questionada pela polícia a jovem disse que “a criança nasceu quente, depois foi esfriando”. “Ela ficou com medo de relatar aos pais e escondeu o bebê”, completou. Inicialmente, a mulher relatou à PM que não sabia que estava grávida e que teria entrado em trabalho de parto, afirmando que o filho havia nascido morto e sido jogado no lixo. “Ontem (terça-feira) policiais civis compareceram até o hospital onde ela está internada e, com a equipe médica, conseguiram que ela falasse onde estava o bebê. Junto com peritos e a Polícia Militar, eles foram até a residência dela. O corpo estava dentro de uma caixa, enrolado em três sacos de lixo, em jornal e depois em mais três sacos de lixo”, contou o delegado. Segundo ele, a caixa foi colocada na parte de cima do armário do quarto da moradora, atrás de um cobertor. “Nem odor (externo) tinha, devido ao fato de ter ficado abafado.”
Rolli acrescentou que vai enviar substâncias encontradas na casa da jovem para análise no Instituto de Criminalística, em Belo Horizonte. Ele suspeita que as ervas achadas no imóvel possam ser abortivas. A mulher estaria com cerca de 25 semanas de gestação. “Trata-se de uma família de classe média, que tem conhecimento. A jovem continua internada, e a mãe está com ela. Assim que houver condições, vamos ouvi-las também, e a médica que a atendeu. Além disso, estamos fazendo levantamentos nas redes sociais e no bairro para saber com quem ela mantinha algum relacionamento. Queremos saber se essa pessoa sabia que ela estava grávida e se a obrigou a provocar o aborto. Caso isso seja confirmado, ele também será indiciado.”