Comunidade granberyense volta a protestar contra direção


Por Tribuna

01/07/2016 às 20h08- Atualizada 01/07/2016 às 20h35

Comunidade acadêmica faz manifestação em frente ao Colégio Granbery (Foto: Nayara Titoneli)
Comunidade acadêmica faz manifestação em frente ao Colégio Granbery (Foto: Nayara Titoneli)

A comunidade acadêmica do Granbery voltou a protestar nesta sexta (1º) contra a direção da Faculdade Metodista Granbery, vinculada à Rede Metodista de Ensino, e o diretor Walker Soares do Nascimento. Às 19h, centenas de manifestantes tomaram as ruas Sampaio e Batista de Oliveira gritando palavras de ordem, como “Fora Rede” e externando seu descontentamento com a gestão atual. Enquanto o protesto era realizado, a Rede se reuniu com representantes de cada organização: alunos, pais, funcionários, corpo docente e outros integrantes da comunidade, para tentar estabelecer diálogo entre as partes.

Uma das reivindicações dos granberyenses é a recontratação dos funcionários demitidos, pauta em relação à qual não se chegou a acordo durante a reunião. Diante do resultado do encontro, os manifestantes afirmaram que os protestos continuarão indefinidamente até que a demanda de readmissão seja atendida.

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Em carta aberta, os professores e funcionários da casa relataram casos de abuso de poder, assédio moral e preconceito, entre outras atitudes repudiadas pelo grupo. Pais de alunos e o Diretório Acadêmico Irineu Guimarães, da Faculdade de Direito, também produziram documentos de repúdio, solicitando, como os professores, o desligamento do diretor e da Rede, a readmissão de funcionários demitidos arbitrariamente e em represália aos protestos, bem como o fim das condutas autoritárias e arbitrárias para com os funcionários e o corpo docente.

“A situação chegou a tal ponto que os professores chegaram a relatar para nós as atitudes autoritárias e arbitrárias que estavam sendo dirigidas a eles, à coordenação e ao corpo técnico, e a partir daí começamos a nos organizar para apoiá-los. Além disso, a demissão de professores com mestrado e doutorado, por exemplo, é uma das medidas que nos afetariam diretamente e uma das muitas contra as quais estamos protestando”, relata o aluno do curso de direito Felipe Façanha, participante das manifestações, que destacou que os protestos vêm sendo organizados pelo diretório acadêmico da instituição. Em sua carta, a representação discente ressaltou que o movimento é pacífico e orientou os manifestantes a permanecerem do lado de fora da instituição, na Rua Sampaio, para garantir a segurança de todos.

Na carta dos pais, foi questionado: “Queremos saber por que estão demitindo nossos melhores funcionários, sendo que os resultados avaliativos dos alunos do colégio e da faculdade só melhoraram com o trabalho deles.” Para Joyce Talita Campos, mãe de um aluno da educação infantil e de uma aluna do ensino fundamental, a falta de diálogo entre a Rede e a comunidade só agrava o problema. “Queremos que o Granbery tenha autonomia em relação à Rede, que não nos ouve, não nos atende e não escuta nossas demandas.” Mãe também de duas crianças, uma no ensino infantil e outra no fundamental, Mirella Visentin destaca que a falta de sensibilidade da Rede reflete em questões estruturais do colégio. “Meu filho se acidentou na escola a ponto de ir para uma mesa de cirurgia, e os diretores (Sidney Carvalho e Simone Borrelli, que foram demitidos) ficaram de mãos atadas, porque a Rede não autorizou a instalação de uma grade para evitar que outros estudantes de machuquem”, diz ela, ex-granberyense. “É uma vergonha sem precedentes este abuso de poder que está ocorrendo agora”.

Também em nota, outra instituição da Rede, a Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep), manifestou apoio ao movimento dos granberyenses. “Devemos continuar defendendo que nossos projetos educacionais apresentem valores e princípios de uma formação cidadã”, diz o documento, que também afirmou combater o projeto de “educação mercantil” que vem sendo orquestrado por integrantes da Rede.

Também em nota, o superintendente regional da Igreja Metodista em Juiz de Fora declarou que a instituição está ciente dos acontecimentos e de sua gravidade, e que apoia qualquer manifestação pacífica e respeitosa como legítima. Apesar disso, o pastor convocou o povo metodista a “orar e jejuar para que a paz e o entendimento volte a reinar em nossa instituição através (sic) do diálogo, respeito e bom senso”.

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