Apelo racional
Design ainda é importante, mas não é mais tudo. Antigamente, uma boa aparência era o suficiente para embalar as vendas de automóveis no mercado brasileiro. Agora, nesses tempos de vendas difíceis, outros atributos, mais ligados à racionalidade, começam a ser mais valorizados. Um deles é o chamado “custo de utilização” – uma equação complexa que inclui não apenas o preço pago pelo veículo, mas também os preços gastos com manutenção, revisões, seguro e combustível. Dentro dessa proposta mais atenta às cifras, a Peugeot trouxe para o Brasil o premiado motor de três cilindros 1.2 PureTech, que ganhou uma versão flex especificamente para o mercado brasileiro e entrou forte na briga para ser o mais econômico disponível no mercado nacional. Agora, chegou a vez da “sócia” Citroën lançar o mesmo trem de força fabricado na França em seu C3.
No compacto da Citroën, o moderno PureTech de 1,2 litro, três cilindros e 12 válvulas substitui o veterano motor 1.4 litro, quatro cilindros e oito válvulas. A mudança vale para as versões de acabamento Origine, Attraction e Tendance equipadas com transmissão manual de cinco marchas. A caixa automática de quatro marchas permanece disponível apenas com o motor 1.6 litro de 16 válvulas, nas versões Tendance e Exclusive. Além do “downsizing”, o novo motor agrega soluções técnicas inteligentes, como duplo comando com variação do tempo de abertura de válvulas, partida a frio com pré-aquecimento no injetor, coletor de escapamento integrado ao cabeçote e sistema de arrefecimento com temperaturas separadas para bloco e cabeçote. O carro também aboliu o tanque auxiliar de gasolina para partida a frio. A potência é de 84/90cv e o torque é de 12,2/13kgfm.
Mas, tecnologias à parte, o grande atrativo do 1.2 PureTech é a economia de combustível. Os índices oficiais pelos padrões do InMetro indicam 14,8/10,6km/l no ciclo urbano e 16,6/11,3km/l no rodoviário, com gasolina/etanol. Uma evolução muito expressiva quando comparado ao 1.4 litro de quatro cilindros da versão anterior, que oferecia 11,9/7,5 km/l em cidade e 14,7/9,3 km/l em rodovia. Com esses resultados, o novo C3 obteve classificação “AAA” no programa Etiqueta Nacional de Conservação de Energia ao receber nota máxima nas três categorias – compacto, geral e emissões.
Tirando a novidade oculta sob o capô, nada mudou no C3. O único sinal externo da novidade é o discreto logotipo PureTech na tampa traseira. Em fevereiro, já na linha 2017, a Citroën havia introduzido no compacto o sistema de entretenimento com tela sensível ao toque de 7 polegadas, que espelha a tela dos celulares conectados pelas plataformas Car Play, para Apple, e Mirror Link, para Android. O sistema inclui o aplicativo My Citroën, que transmite ao celular informações como localização, percurso realizado, consumo e próxima revisão.
Uma mudança não tão comemorada nas versões de entrada do C3 foi nos preços – que cresceram um pouco. Na nova linha de entrada 1.2 PureTech, a versão básica Origine agora parte de R$ 46.490 e a intermediária Attraction começa em R$ 49.990. Já a mais equipada Tendence começa em R$ 52.690.