Servidores adiam greve para próxima quarta
Reunidos em assembleia na manhã desta terça-feira (7), servidores municipais decidiram adiar a decisão sobre a greve unificada, que estava prevista para iniciar nesta quarta. A proposta agora é paralisar as atividades novamente na sexta-feira (10), com nova assembleia às 8h, e no dia 15 de junho, quando a paralisação por tempo indeterminado poderá ser decidida pela categoria.
A mudança nos rumos se deu pela introdução de novos fatores, como a realização de uma audiência pública na Câmara Municipal, na qual é exigida a participação do prefeito Bruno Siqueira (PMDB) e do procurador geral do município, e de uma nova análise jurídica, a pedido do Fórum Unificado, sobre a Lei Eleitoral, legislação esta que o Executivo Municipal não abre mão de usar para propor o reajuste de 2016. Outro fator determinante para a mudança na data foi a participação efetiva do Sindicato dos Médicos, que deverá definir a adesão ao movimento na noite desta terça.
A mobilização foi convocada pelo Fórum Unificado das Entidades Sindicais dos Servidores Públicos Municipais de Juiz de Fora, composto por sete sindicatos. Assim como na semana passada, os servidores foram para as ruas em manifestação contra a PJF.
Segundo os organizadores, estima-se que 2.800 servidores tenham aderido ao movimento, número menor ao registrado na primeira atividade, que, conforme o fórum, reuniu cerca de 3.500 pessoas. O presidente do Sinserpu atribuiu a baixa participação às pressões internas que servidores teriam sofrido em seus postos de trabalho, como ameaça de corte nos pontos. “É um desrespeito à democracia e ao direito do trabalhador de se manifestar”, ressaltou.
Em nota divulgada pela manhã, a Prefeitura afirmou que a adesão dos servidores à paralisação foi de 2%, equivalente a cerca de 300 trabalhadores. Em nota, a PJF disse que “não houve nenhum tipo de pressão ou retaliação conforme alega o sindicato, proibindo a participação dos servidores”. Ela ainda informou que os serviços foram prestados normalmente em todos os setores da administração municipal. A PJF reiterou que, por força da decisão judicial que estabeleceu o limite da recomposição salarial do funcionalismo entre 1º de janeiro e junho de 2016, está obrigada a seguir os valores apontados pela Justiça.
Trânsito
O trânsito voltou a apresentar problemas durante a nova passeata dos servidores, que teve origem na Praça da Estação e finalizou com um ato no Parque Halfeld, em frente à Câmara Municipal. Diferente da última caminhada, nas vias em que possuíam pista para ônibus, os manifestantes liberaram a passagem dos coletivos para evitar problemas. Isto aconteceu nas avenidas Francisco Bernardino, Getúlio Vargas e Rio Branco. Eles também passaram pelas ruas São Sebastião e Santa Rita. Nestas, o trânsito ficou totalmente interditado. Durante a passagem deles, houve lentidão e pontos de retenção no polígono Central. A Polícia Militar acompanhou toda a movimentação.
Sem avanço
À tarde, o Sindicato dos Trabalhadores no Serviço de água de Juiz de Fora (Sinágua) previa nova reunião com a Cesama no Ministério do Trabalho. A intenção dos trabalhadores era definir a negociação da categoria, que até então, não assinou acordo coletivo, já que o reajuste foi concedido de forma unilateral pela companhia por meio de resolução. Eles garantiram o índice de 11,07% a partir de junho, mas os servidores tentam o pagamento retroativo considerando a data base, em março. Segundo o presidente do Sinágua, nem a Cesama nem o Ministério Público do Trabalho (MPT) compareceram à reunião desta tarde.
Em nota, a companhia afirma que uma reunião com o sindicato foi marcada no dia 1º de junho no Ministério do Trabalho e Emprego. No entanto, como naquele momento a Cesama não poderia acrescentar novos elementos à negociação, solicitou ao ministério uma prorrogação de dez dias a partir daquela data. Apesar de ter sido convocado para uma nova reunião nesta terça (7), o diretor da companhia estava com viagem agendada previamente e respondeu ao Ministério do Trabalho sobre a impossibilidade de comparecimento, por meio de ofício.
Uma nova reunião entre Cesama e o Sinágua foi agendada no mesmo local para o dia 10 de junho, às 14h30. A Cesama afirma que o reajuste foi feito a partir de junho de 2016 e que o referente aos meses de março, abril e maio será pago até dezembro deste ano, caso seja atingida a expectativa de crescimento médio do volume faturado de 1,28%.